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Ninguém na Globo sabe o que é “Paparazzi”?

Acabei de ver o quadro “Vem com Tudo” da Regina Casé, no Fantástico. Por diversas vezes ela falou o plural “paparazzi” quando era para falar o singular “paparazzo“.

Se fosse ao vivo, tudo bem. Mas eu não consigo entender como essas coisas gravadas conseguem ir ao ar sem ninguém (que tem poder de mandar refazer) notar os erros.

Besteira no telecurso da Rede Globo

Hoje de manhã eu liguei a TV e por acaso fui assistir ao Telecurso, da Globo.

Era uma aula de matemática. Eles queriam medir a altura de um obelisco em São Paulo. comparando sua sombra com a sombra de uma vareta. As medidas foram as seguintes:

Altura da vareta: 1M
Sombra da vareta: 1,25M
Altura do obelisco: ?
Sombra do obelisco: 90M

Fizeram uma regra de três e concluíram que o obelisco tinha 112.5M de altura.

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Peraí… Como é que a sombra da vareta é maior que sua altura, mas a sombra do obelisco é menor que a altura do obelisco? Eu não estava dando lá muita atenção às contas, mas o resultado era obviamente ilógico.

Se considerarmos que as medidas apresentadas estão corretas, a altura do obelisco deveria ser de 72M!

E no final da aula vê-se uma longa lista de créditos, com “equipe pedagógica”, “professores redatores”, etc. Que alguém cometa um erro desses numa aula ao vivo, é admissível. Mas como esse material é gravado e exibido com erro e tudo?

É, a educação no Brasil só tende a piorar.

Bombar?! Bombando?!

Eu não assisto ao Big Brother, nem novelas. Talvez seja por isso que eu não entendo por que a Revista Época esteja usando esses termos. Por exemplo: “bombou na web”.

Ou o que disse o Lula.

Aqui em Recife, “bombar” e “bombando” tem a ver com sexo e não com sucesso.

Plural em toda parte

Talvez eu precise atualizar meu conhecimento da língua portuguesa, que está longe de ser perfeito, mas já há duas ou três semanas eu venho notando uma tendência estranha na mídia: diversas palavras e expressões que antes eu conhecia exclusivamente no singular agora só aparecem no plural.

Ninguém fala mais “o impacto”. Agora é “os impactos

“São os reflexos de uma cidade…” (Jornal do SBT – 19/12/07)

A língua portuguesa já tem plurais demais, sem isso.

Isso me lembrou a repentina decisão da mídia de trocar a expressão “risco de vida” por “risco de morte”, que ainda é tão antipática que muitos repórteres preferem ficar no meio-termo e dizer “risco de morrer” (bem melhor).

Tipo, tipo, tipo, tipo assim… ah, saco!

Agora mesmo estou assistindo a MTV e lá está a apresentadora explicando algo, faltou o exemplo de cabeça e ficou como um disco arranhado: “tipo… tipo… tipo…”

Eu admito que é menos irritante ouvir “tipo” do que “tipo assim”, mas o que há de errado com “por exemplo”?

Um outro dia, foi um velho amigo na fila do supermercado que estava me explicando uma das idéias dele e começou a disparar o “tipo assim”. Reclamei na hora com ele, que deu a desculpa de que é assim que a filha dele de 12 anos fala.

Eu perguntei então se era com ela que ele tinha que aprender a falar ou o oposto. E ele mudou de assunto.

Mas ainda deu para notar o sorriso do embalador no caixa.

Sabem aquela piada do japonês, o português e o peixe que fala sobre “a mente superior domina a inferior”? Pois é…

Para quem não conhece, a piada é esta:

Um japona estava em frente à um aquário falando pro peixe:
– Peixe vem pra direita. Peixe vem pra esquerda. – E o peixe obedecia

O portuga quando viu isso ficou indignado e perguntou ao japa:

– Como consegue fazer isso?

– A mente superior domina a inferior né.

Então o japa foi embora e o portuga ficou tentando fazer o mesmo. 10 minutos depois o japa chega já perguntando ao portuga.

– E aí? Conseguiste?

– Blu blu blu blu.

P.S. : Eu sei que meu “ah, saco!” não me qualifica para ser candidato a perfeito.

90% de reprovados

A OAB divulgou hoje o resultado de seu exame anual e menos de 10% dos inscritos passaram na prova. Ainda menos que os 13% dos inscritos no ano passado, mesmo tendo aumentado o tempo de realização do exame. Se mesmo com essa seleção difícil, ainda temos tantos advogados de qualificação questionável no país, imagine se esse povo não precisasse prestar o exame e o diploma fosse suficiente para exercer a profissão.

Eu tive a primeira noção da quantidade assombrosa de “bacharéis de direito” que se forma todos os anos quando compareci à formatura de uma amiga minha, um ou dois anos atrás. Eu comentei com um colega a “coincidência” do fato de que quase todos os formandos tinham nomes que começavam da letra “P” em diante e ele me explicou que aquela era apenas a formatura da segunda parte da turma, que foi dividida por ordem alfabética, e os poucos gatos-pingados cujo nome não se enquadrava no padrão haviam sido encaixados de última hora.

Duas formaturas separadas de uma única turma de uma faculdade particular. E olha que a cada seis meses uma nova turma se forma! Isso é impensável nas áreas de exatas!

Brazil (com “z”) e Estados Unidos

Você é um dos muitos a reclamar do fato de que os estrangeiros escrevem “Brazil” em vez de “Brasil”? Talvez até use essa como uma entre muitas razões para detestar os americanos (sempre eles)?

Pense de novo. O nome correto do país que costumamos chamar de “Estados Unidos da América” é “United States of America”.

Assim como não existe “Nova Iorque” e sim “New York”.

Então, toda vez que exigir que os estrangeiros escrevam Brasil com “s”, lembre-se de que é justo escrever (e falar, claro) “United States Of America” quando estiver se referindo àquele país lá da América do Norte.

outros exemplos:

  • Munique – München (em alemão);
  • Alemanha – Deutschland (em alemão);
  • Inglaterra – England (em inglês);
  • Reino Unido – United Kingdom (em inglês);
  • França – République française (em francês);
  • Suécia – Konungariket Sverige (em sueco);
  • Dinamarca – Kongeriget Danmark (em dinamarquês);
  • Bruxelas – Bruxelles (em francês) ou Brussel (em holandês).