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Dan Brown

A Revista Época desta semana traz uma matéria sobre Dan Brown que repete o óbvio para qualquer um que tenha lido pelo menos dois livros dele: ele é previsível.

Não que os livros dele sejam ruins. Eu adorei O Código DaVinci. Mas os outros dois que li (Anjos e Demônios e Fortaleza Digital) foram progressivamente menos interessantes justamente porque a fórmula que ele usa ficou óbvia. Bem antes do fim de Fortaleza Digital eu já sabia quem era o vilão entre os mocinhos (é, ele sempre tem um).

Pretendo ler Ponto de Impacto qualquer dia desses (não, este eu não vou comprar: vou pegar emprestado). Vamos ver se minha impressão continua.

Anjos e Demônios

Terminei de ler a primeira obra de Dan Brown: “Anjos e Demônios”. Achei o livro interessante, mas um tanto cansativo. Depois de ter lido O Código da Vinci e Fortaleza Digital, percebi que Dan Brown usa sempre a mesma fórmula. Uma intriga, um vilão que está entre os mocinhos, várias sugestões propositais para você acreditar que já descobriu o culpado e desviar sua atenção, etc.

Francamente, não estou mais tão ansioso para ler “Deception Point” quanto estava antes.

Livros recomendados

Estou lendo neste momento: “As Brumas de Avalon” – Uma impressionante versão da saga do lendário Rei Arthur, contada pelas mulheres que dela participaram. Se você achou intrigantes as questões lançadas contra o cristianismo por “O Código daVinci”, não pode deixar de ler os quatro volumes dessa saga. A narrativa é cansativa, do ponto de vista dos homens, mas já estou terminando o segundo livro!

Eu já li muitas dezenas de livros. Só em livros de ficção, eu já podia citar mais de 100 aos 14 anos de idade. Agatha Christie, Monteiro Lobato, Stephen King, Arthur Hailey, Sidney Sheldon, Harold Robins, Clive Cussler e Jack Higgins são os autores recordistas nas minhas lembranças. Eu pensei em tentar colocar uma lista completa aqui, mas concluí que isso seria maçante e inútil, por isso tentei me concentrar apenas nos livros que eu costumo recomendar que outras pessoas leiam.

Ficção

  • Harry Potter (toda a série) – Harry Potter pode não ser a melhor coisa que já li, mas está no topo de minha lista por ser uma das mais recentes e provavelmente você vai ter mais facilidade para reconhecer este título do que muitos outros de minha lista, que são menos conhecidos pelo grande público. J.K. Rowling criou um mundo fantástico, com uma riqueza de detalhes impressionante, que parece ter sido inteiramente criado bem antes dela escrever o primeiro livro (até parece que existe mesmo), porque à medida que ela escreve seus livros as coisas vão se encaixando de uma forma que não seria possível se ela tivesse criado um mundo que tivesse apenas o tamanho necessário para abrigar a primeira estória (Harry Potter e a Pedra Filosofal). O grande problema da leitura de Harry Potter é você conseguir “digerir” imagens tais como bruxos de chapéu pontudo e montados em vassouras. Ultrapassado este obstáculo, a leitura torna-se divertida e empolgante. Definitivamente, eu recomendo!
  • O Senhor dos Anéis (os três livros principais) – Muito antes de J.K. Rowling com Harry Potter, J.R. Tolkien já havia criado um mundo tão vasto e minuncioso que parece realmente existir ou ter existido em algum lugar. A comparação, entretanto, não é muito justa. Em termos de detalhe, O Senhor dos Anéis é muitíssimo mais rico que Harry Potter. Tolkien, sendo linguista, chegou ao requinte de criar uma língua própria para seus personagens que seria perfeitamente possível de existir no mundo real. Mas não é uma leitura fácil. Prepare-se para entender certas coisas do primeiro livro apenas depois de ter lido o terceiro e desejar ter tempo de ler tudo outra vez, não deixando de ler antes o livro O Hobbit, o que definitivamente não é tarefa para qualquer um (se eu ainda fosse adolescente, provavelmente o faria). Se tiver tempo disponível e puder encontrá-lo, comece a leitura por O Hobbit (não li, mas imagino que a compreensão dos três livros principais teria sido mais fácil se eu tivesse começado por ele).
  • O Pastor – Frederik Forsyth – Um conto fascinante de um piloto inglês que se vê perdido sozinho dentro de um avião na noite de natal, sem visibilidade, com uma pane elétrica que desativou todos os instrumentos e o rádio. Ele tem a certeza de que seu tempo de vida resume-se à quantidade de combustível que lhe resta e descobre que nem lembra mais como se reza, mas está enganado com relação a uma coisa: não está realmente sozinho. Uma estória para quem gosta de milagres de Natal. Se você é do tipo que gosta de ler mas se assusta com o volume impressionante de obras como Hary Potter, anime-se: são apenas 68 páginas!
  • Os Olhos do Dragão – Stephen King – O única obra que li do mestre do horror que não tinha nada a ver com horror, mas mesmo assim foi extremamente empolgante. Se você está acostumado a associar o nome de King a obras assustadoras como Carrie e O Iluminado, vai se surpreender ao não encontrar neste livro nenhum dos elementos que tornaram King famoso, mas mesmo assim vai gostar!
  • Sombras da Noite – Stephen King – Livro de contos que reúne muitas estórias interessantes. As duas que não saem da minha cabeça são “Ex-Fumantes S.A.” e a dos brinquedos vivos;
  • O Iluminado – Stephen King – Se você gosta de horror e paranormalidade, leia este livro. O “Iluminado” é um garoto, que se muda com os pais para um Hotel que vai ficar meses fechado e isolado no inverno, quando as estradas até ele ficam intransitáveis. O pai do garoto conseguiu o emprego de “caseiro” do hotel depois que o caseiro anterior enlouqueceu e matou toda sua família. Rapidamente o garoto descobre o motivo: o Hotel está repleto de almas de pessoas que lá morreram e que não vão deixá-los em paz. Só ele, entretanto, consegue vê-las.
  • Christine – Stephen King – (artigo na en.Wikipedia) Este foi o primeiro livro de King que li e ponto de partida para que me tornasse um fã de suas estórias. “Christine” é o nome de um carro possuído por um espírito maligno, que mata todos os que não gostam dele ou de seu dono. Falando assim até parece uma estória idiota, mas King consegue fazer uma premissa simples tornar-se interessante ao adicionar os detalhes. Se não me engano, existe um filme baseado no livro que se chama “o carro assassino”, mas este é bem fraquinho. Na verdade, existem dois filmes baseados em carros assassinos: um deles mostra um carro preto e outro um carro vermelho. Christine é o carro vermelho. A propósito, eu também li o livro com a estória do carro preto: chama-se “O Carro” e é bem diferente da estória de Christine.
  • A Águia Pousou Jack Higgins – Cansado de ver filmes em que os alemães são sempre retratados como criaturas desalmadas? Em A Águia Pousou as estrelas são um grupo de soldados alemães na Segunda Guerra encarregados de se infiltrar na Inglaterra para matar o Primeiro Ministro inglês Winston Churchill (como você deve saber, o cargo de Primeiro Ministro equivale ao de Presidente). Uma estória bem contada, baseada em fatos reais, de soldados que apenas cumprem ordens, ainda que não gostem necessariamente do que estão fazendo.
  • O Xangô de Baker Street – Jô Soares – Sherlock Holmes no Brasil? Uma estória improvável que talvez nunca tenha passado pela cabeça de Sir Arthur Conan Doyle, mas que agrada de qualquer maneira. Depois de ter gostado muito deste livro, tentei ler “O Homem que matou Getúlio Vargas” e me decepcionei. Se você começou por este último e achou que o Jô deveria ser apenas entrevistador, dê outra chance a ele e leia o primeiro. Leitura divertida e inteligente, que mistura o humor de Jô Soares com um mistério típico das aventuras do grande Sherlock!
  • Resgatem o Titanic! – Clive Cussler – Esqueça o filme, que é bem fraquinho. O livro é muito melhor! Anos antes do Titanic ser de fato encontrado no fundo do mar, Clive Cussler adivinhava o ano em que seria descoberto: 1985. Na vida real, o navio jaz dividido em dois grandes pedaços no fundo do mar, mas na ficção o navio afundou inteirinho e ficou muito bem conservado graças às condições do local. Na estória, descobre-se muito tempo após a tragédia que o Titanic levava secretamente para os EUA em seus porões um minério raro que seria importantíssimo para o atual programa de defesa americano. O Titanic precisava ser retirado do fundo de qualquer maneira, mas o inimigo (os russos, claro, pois o livro é da época da Guerra Fria) estava à espreita e muito curioso para saber por que os EUA se interessariam por içar um monstruoso transatlântico das profundezas do mar. Aventura recomendada!
  • Hospital, Aeroporto, Hotel, Dinheiro (Sistema Financeiro), Colapso (indústria energética) e Remédio Amargo (indústria farmacêutica) – Arthur Hailey – O que esses seis livros tem em comum é que cada um retrata uma indústria em particular e todos foram boa leitura. Arthur Hailey tem uma equipe que faz pesquisas minunciosas sobre o assunto de seu próximo livro; por isso a cada livro de Hailey você aprende como funciona um determinado negócio além, é claro, de acompanhar uma ótima estória central. Por exemplo, em Aeroporto não poderiam faltar os desastres eminentes e a angústia dos controladores de vôo, assim como em Hotel não podem ser deixados de lado os acidentes com elevadores e as intoxicações alimentares coletivas. Intrigas sindicais, ambientalistas sem propostas concretas e atos heróicos são outros elementos comuns aos livros de Hailey;
  • Esfinge – Robin Cook – O Dr. Cook é conhecido pelos seus livros onde retrata os bastidores dos hospitais (o mais conhecido deve ser COMA), porém ele surpreende nessa obra de aventura em que mostra o Egito das esfinges e pirâmides. Eu diria que Esfinge está para Robin Cook assim como Olhos do Dragão está para Stephen King. São obras que nada tem a ver com o estilo habitual de seus autores, mas que fascinam assim mesmo.

Não-Ficção

  • A Metafísica de Jornada nas Estrelas – Se você não souber o que é Metafísica (eu não sabia), o título deste livro enganará você, pois este não é um livro de ficção. Para um fã da série de ficção científica, sua leitura pode ser uma forma fascinante de se iniciar no conceito da Metafísica. Antes de lê-lo, tudo o que eu sabia sobre Filosofia (Metafísica é um ramo da Filosofia) era que seria uma matéria insuportavelmente chata. Ainda bem que eu percebi o quanto estava enganado. Nele, o autor usa episódios de Jornada nas Estrelas para destrinchar conceitos Metafísicos que provavelmente eu não suportaria (morreria de tédio) acompanhar se os exemplos fossem outros. Leitura recomendada para os que se interessam por Filosofia, mesmo que ainda não saibam disto.
  • Relações Desumanas no Trabalho – Max Gehringer – Talvez você conheça o Max pelos artigos que ele escreve para revistas, como a VIP (sim, eu compro a VIP para ler, hehe). De uma forma bem humorada e acessível, Max debocha da burocrática estupidez vigente nas empresas;
  • Encantando o Cliente – Júlio Lobos – Concentrando-se na prestação de serviços, o consultor de empresas Júlio Lobos nos conta o que há de errado e certo nas empresas brasileiras. Aprenda com o exemplo das ruins (cujos nomes nem sempre são citados) e das excelentes (Mac Donald’s, TAM, etc) a como escapar da estupidez generalizada. Leitura extremamente recomendada para você que deseja um dia montar sua própria empresa ou para abrir sua mente para ser um melhor consumidor ou até mesmo entender por que a empresa onde você trabalha está sempre no vermelho. Esse livro se destaca do outros pela quantidade generosa de exemplos “locais”, com os quais você facilmente irá se identificar;
  • Qualidade Através das Pessoas – Júlio Lobos – É um livro cujo objetivo é muito semelhante ao de Encantando o Cliente, mas que enfoca a indústria, em vez dos serviços. Um certificado ISO 9000 vale alguma coisa? Aprenda lendo este livro.
  • Por que os subordinados nunca fazem o que se espera deles? – David Freemantle – Você é chefe ou pretende ser um dia? A leitura deste livro pode abrir sua mente e mostrar que nem sempre você está sendo vítima de conspiração e que o incompetente pode muito bem ser você. Se você é apenas um sobordinado e não é chefe de ninguém, ainda assim pode achar esse livro interessante;
  • O Princípio Dilbert – Scott Adams – Chefes incompetentes, decisões gerenciais malucas, Departamento de Recursos Desumanos… A empresa onde você trabalha tem dessas coisas? Então venha conhecer Dilbert, o personagem de Scott Adams que debocha da estupidez empresarial! São tirinhas e estórias muito divertidas baseadas em fatos que realmente acontecem nas empresas pelo mundo afora.
  • O Futuro Dilbert – Scott Adams – Se você gostou de O Princípio Dilbert, nao pode deixar de ler este aqui!