Jefferson, 
20 de março de 2012, 
Não se guie pela placa. Na realidade, proporcionalmente a distância é o dobro disso.
Sinais da idade. Eu tenho carteira há 21 anos e só na semana passada descobri que está no Código Nacional de Trânsito que é infração média não dar uma distância de 1,5m ao (edit: passar ou) ultrapassar um ciclista (art. 201). Não faço idéia de quando isso entrou no CNT (edit: aparentemente, foi em 1997), mas não estava lá quando eu tirei minha habilitação.
Mas o danado é que há 21 anos isso faria mais sentido do que agora.
Você faz idéia de quanto espaço é 1,5m em uma via? Tirando os retrovisores, dá para passar um UNO nesse espaço (eu medi). Como é recomendado que o ciclista não circule colado com a calçada, na prática isso equivale a dar uma faixa para o ciclista.
Qualquer ciclista.
E quando os ciclistas saem em grupo que já ocupa uma faixa inteira? Dou duas para eles? Por onde eu passo? Quantas faixas tem normalmente as vias na suas cidade? Já cabe todos os carros assim?
E a regra de velocidade mínima para as vias? O ciclista não tem obrigação de respeitar?
Art. 62. A velocidade mínima não poderá ser inferior à metade da velocidade máxima estabelecida, respeitadas as condições operacionais de trânsito e da via.
Deixa ver… ciclista não tem nenhuma obrigação de respeitar a velocidade mínima da via e aliás, nenhuma obrigação real de respeitar as leis de trânsito, pois não precisa tirar habilitação, nem fazer emplacamento. Pode fazer ziguezague em engarrafamento ou mesmo com o trânsito fluindo, cruzar sinal vermelho, guiar embriagado, na contramão, na calçada e até em passarelas, parar em cima de faixa de pedestres, cruzar a via onde quiser, ultrapassar pela direita, fazer manobra sem sinalizar e, apesar de estar no CNT que ele tem que usar sinalização adequada e retrovisor esquerdo (art. 105, inciso VI), não usa*, porque não há como cobrar dele isso.
Não paga IPVA (eu sei que não cabe).
Mas tem preferência para ocupar uma faixa de qualquer via urbana, negando espaço até mesmo a um ônibus lotado. Pior que isso, segundo o CNT a preferência é do ciclista nas vias urbanas (art. 58)!
Deve ser a idade, porque eu juro que não consigo entender.
*Vocês conseguem se lembrar de algum “ciclista” usando retrovisor? Eu não consigo. Usei o Google para tentar refrescar minha memória e ainda não consigo ver o tal retrovisor. Por exemplo, vejam esta reportagem, esta, esta e esta. Alguém consegue ver um retrovisor? Imagine o resto do tal equipamento “obrigatório”.
Atenção: Você discorda de mim? Está no seu direito. Como estou no meu direito ao vetar seu comentário. Seja respeitoso, educado e argumente de forma coerente que isso terá menor chance de ocorrer.
E some-se a isso interpretações absurdas de ciclistas como o autor desta matéria. Segundo ele, nesta foto quem está errado é o motorista do ônibus:
[img]https://ryan.com.br/blogs/quicktalk/wp-content/uploads/2012/03/bike-flagra-de-fina-credito-polly-rosa.jpg[/img]
Como assim? Então o cara está certo circulando no meio da via, sem capacete?! E é o motorista que tem que sair de perto?
Jefferson, assim como existem motoristas ruins, que desconhecem as leis, existem ciclistas que desconhecem tudo relacionado a trânsito, só querem usar a bicicleta pra ir e vir, arrisco dizer que a maioria dos ciclistas é assim, pois nunca foram prioridade e portanto não formou-se uma consciência popular de respeitar para ser respeitado quando se usa a bicicleta, é o “cada um por si”.
Não tenho certeza absoluta, mas se não me engano a obrigatoriedade de equipamentos de segurança e sinalização em bicicletas entrou em vigor com o “Novo Código de Trânsito Brasileiro” em 1998 ou 1999, nele também está a regra de ultrapassar em velocidade compatível e há pelo menos 1,5 m do ciclista. Não lembro ao certo onde está dito isso, mas a bicicleta também é considerada um veículo no trânsito, então ela deve respeitar as mesmas regras gerais, ou seja, semáforo, seguir no mesmo sentido do fluxo dos veículos, sinalizar a conversão a direita ou esquerda, etc. Há ainda outras regras, por exemplo é proibido andar de bicicleta na calçada se não houver sinalização permitindo.
Quando eu tinha bicicleta (entre 2004 e 2006), andava com todo equipamento, inclusive capacete e retrovisor e sempre sinalizava a conversão estendendo o braço no sentido que seguiria, que é a forma mais popular, mas eu era exceção, sempre vinha tinha algum ciclista vindo na contramão e com capacete só ciclista quase profissional ou criança.
Então, o problema não é pontual com uma regra de trânsito, assim como quase tudo no Brasil, é uma coisa que virou um problemão por não terem resolvido quando ainda era pequeno, ou seja, priorizado o transporte coletivo, seja de onibus e/ou bicicleta, além de abrirem vias com pouca largura.
PS: A distância de ultrapassagem de 1,5 m é essencial, creio que ela não sirva apenas pra proteger o ciclista quando é respeitada, mas também para protegê-lo perante a justiça, pois um motorista que provoca um acidente por não respeitar essa regra, está errado, obviamente isso será a favor do ciclista apenas se ele estava certo no momento do acidente. Não respeitar essa distância e ainda pior, não ultrapassar em baixa velocidade, é brincar com a sorte, o ciclista pode se desequilibrar, principalmente quando são ônibus ou caminhões ultrapassando, pior ainda quando há vento lateral.
PS2: Há de se lembrar também que a distância deve ser mantida na ultrapassagem, não significa que você seguirá a via inteira mantendo essa distância do acostamento :P
Essa regras tem a mesma aplicabilidade da regra que diz que o pedestre tem que atravessar na faixa. Ou seja: só se vê se alguém está respeitando ou não na hora que ocorre o acidente. Na prática, não se respeita.
É por isso que eu não disse em lugar algum que não vou respeitar a regra. Eu só acho que é um absurdo. E é mais um motivo para continuar usando minha câmera veicular. Aliás, é motivo para instalar mais uma! Já viu como motociclista se une para dizer que a culpa é do motorista de automóvel (aqui em Recife isso é comum)? Pelo que eu vi nas reportagens, eu não tenho certeza de que outros ciclistas vão ser honestos com seu testemunho.
Mas além de um único ciclista ser o suficiente para ser problemático, como o transtorno que um único veículo causa quando estacionado em local proibido, vários ciclistas espaçados efetivamente ocupam uma faixa inteira ao longo de toda a via.
Infelizmente essas regras só funcionam com povo educado e consciente.
Sem dúvida, quando eu disse “essencial”, quis dizer que não seria correto simplesmente remover a regra sem dar condições seguras de circulação para as bicicletas.
Nisso você tem razão, quando fiz o último comentário estava pensando nos ciclistas comuns que geralmente são poucos nas vias.
Também não estou falando de grupos organizados, se é o que você entendeu. Como não faz sentido para o motorista ficar ziguezagueando entre ciclistas, se ao ultrapassar um ciclista ele visualizar outro a duzentos metros de distância, ele não vai entrar na faixa de novo*. Dessa forma, cinco ciclistas podem ocupar um quilômetro de faixa.
*Se minha matemática não me falha. Numa via onde a velocidade máxima é 60km/h e o automóvel esteja nessa velocidade, se o ciclista estiver na velocidade mínima de 30km/h, a velocidade relativa do veículo será 30km/h, ou 16.6m/s. Uma distancia de 200m é percorrida em 12s. Não faz sentido voltar para a faixa.
Edit: Eu consegui errar nas contas. Estava com um valor na cabeça (30) e outro na calculadora (60). São 8.3m/s e 24s para chegar ao próximo ciclista. Razoável, mas conforme fica claro nos comentários a seguir, meu erro de contas é compensado pela minha estimativa conservadora.
Entendi o seu ponto Jefferson, é que pra mim é tão raro ver bicicletas nas vias que trafego que pensar em um ciclista a cada 200m é muito
Só pra citar, você falou um ciclista a 30km/h, sei que foi só um exemplo, mas quando eu andava de bicicleta, 30km/h era o maximo que eu chegaria pedalando de forma constante sem me cansar rápido, numa rajada às vezes chegava em 40km/h no plano, então um ciclista comum não deve passar dos 20km/h, hehehehe, piorou a situação
Justamente! Por não ser ciclista eu decidi ser conservador nas minhas contas, mas na minha cabeça eu tenho a certeza de que em condições normais um ciclista não respeita sequer a regra da velocidade mínima!
E para complicar a situação, segundo o artigo 220 do CNT, o motorista também deve reduzir a velocidade do veículo de forma compatível com a segurança do trânsito ao ultrapassar o ciclista. “Compatível com a segurança” deixa a coisa muito nebulosa, mas supondo que no máximo isso signifique você ultrapassar a uma velocidade relativa de 20km/h, isso torna as coisas bem complicadas, não? Um único ciclista reduz a velocidade de toda a via, como se fosse uma lombada móvel.
Jefferson, não existe como um ciclista manter metade da velocidade minima na via. Digo isso pois sou ciclista também. Pelo que sempre observo o computadorzinho da bicicleta, a minha média aqui na cidade (que tem o relevo bem acidentado) é de 17 a 20KM/h.
Eu entendo certos pontos de seu questionamento, mas se pegar um cara meio esquentadinho, ele vai dizer que você é contra os ciclistas, e que as ruas deveriam ser só para os carros.
Ok, ciclovia seria pra isso, mas como nossas cidades foram planejadas, em muito lugares delas é impossível implantar ciclovias.
Mas tem coisa pior… quer ver festivais de desrespeito? Vire motociclista, mas motociclista consciente, aquele que não costura, e sim anda ocupando a vaga de um carro, etc. Eu ando assim de moto, e o que vejo de barbaridade pra cima de mim, não esta no gibi. É motorista que anda tão colado que eu acho que ele quer ler a placa da moto pelo método braile. Sem falar naqueles que querem ultrapassar de qualquer jeito, pela esquerda, pela direita ou até mesmo por cima.
Falta de uso de seta então, eu já nem conto mais. É contante você ter que adivinhar pra lado o cara vai virar.
Resumindo, não é fácil o transito. Tem muito desrespeito por todos os lados, até mesmo pedrestres.
Eu não sou contra o cliclista. Por mim, podem construir ciclovia em toda e qualquer via da cidade.
Ciclovia, sim. Nada daquela aberração ridícula chamada “ciclofaixa”.
É menos hipócrita que essa legislação, que só se sustenta até hoje por dois fatores:
1)O número de ciclistas ainda é pequeno para provocar caos
2)A lei é amplamente ignorada
Na ausência de qualquer um dos dois fatores acima, já teríamos caos. A lei é hipócrita. Que comecem a construção das ciclovias para ratificar a preferência do ciclista. O quê? Não tem espaço? E há espaço para dar essa distância de 1,5m se 0.05% da população decidir ir de bicicleta para o trabalho?
Eu sei. MEU PAI dirige dessa forma.
Colocando a coisa de outra forma, no Brasil dar muitos direitos a um grupo sem uma cobrança real de obrigações não é nada, nada bom. O resultado é sempre o abuso.
No dia que me disserem que a polícia militar está autorizada (e obrigada) a perseguir o ciclista infrator* e reter sua bicicleta até o comparecimento diante de um juiz ou delegado e pagamento de multa, aí eu começo a deixar de pensar que quem redigiu essa lei tinha titica de galinha na cabeça. É para cobrar dos motoristas que tratem os ciclistas como num país desenvolvido? Vamos cobrar dos ciclistas que se comportem como num país desenvolvido, ué!
*Repetindo aqui os comportamentos que estou cansado de ver nos “ciclistas” de Recife:
“fazer ziguezague em engarrafamento ou mesmo com o trânsito fluindo, cruzar sinal vermelho, guiar embriagado, na contramão, na calçada e até em passarelas, parar em cima de faixa de pedestres, cruzar a via onde quiser, ultrapassar pela direita, fazer manobra sem sinalizar e não usar a po**a do equipamento obrigatório!
Me desculpe, Jefferson, mas essa discussão é perda de tempo. Pelo simples fato do Código de Trânsito ser uma peça de ficção.
NINGUÉM respeita, carros, motos, bicicletas, pedestres, NINGUÉM respeita. Isso quando conhecem o dito, já que a maioria nem leu ou leu e não entendeu.
Mesmo as poucas pessoas que respeitam as regras uma hora ou outra acabam se distraindo e cometendo alguma infração. E isso pode ser fatal.
No dia em que eu me aproximar de uma faixa de pedestre em uma via local e algum condutor parar para que eu atravesse, talvez eu mude de idéia.
Por incrível que pareça, aqui em Recife isso acontece, quando o motorista julga que é viável (e eu me incluo) como na faixa de pedestres em frente ao Hiper Bompreço de Casa Forte.
Na maioria dos casos eu assumo: eu não vou parar no meio de uma via, correndo o risco de provocar um acidente com carros que vem atrás, porque tem um pedestre querendo atravessar. Um sinal de pedestres eu respeito em 100%, mas parar porque alguém, a qualquer momento que queira, quer atravessar, não dá mesmo. Existem esquinas de Recife onde, se essa regra fosse levada a sério, os veículos não se moveriam um metro sequer durante os dias úteis, das 8 da manhã às 7 da noite.
Concordo com Walter R. Gomes, além da falta de respeito, temos “motoristas” falando ao celular o tempo todo (quem anda de moto como eu, sabe), lendo jornais/revistas, fumando (de tudo), outros que tomam remédios de tarja preta e dirigem, os bêbados (como motorista, motociclista, ciclista ou pedestre). Juntando todos os anteriores mais os motociclistas, pedestres e ciclistas irresponsáveis/ignorantes, está formado nosso trânsito.
Sinceramente, há dias que eu não sei como chego em casa inteiro, é cada susto que o coração vem na boca.
Aqui em Recife nós temos motociclistas falando ao celular. Descobriram que nem precisam de bluetooth. É só enfiar o telefone no espaço entre o rosto e o capacete e pronto! Podem pilotar falando ao celular mais impunemente que o motorista, porque é invisível.
E ainda chegam ao cúmulo de fazer a discagem ainda pilotando. O cara solta uma das mãos, faz a discagem olhando de vez em quando para o teclado e depois enfia o telefone no capacete. Tudo sem parar!
E, claro, ciclistas também. A diferença é que o ciclista não tem medo de ser multado. Pode guiar com uma mão só, numa ladeira, com o telefone no ouvido (o último que eu vi era uma adolescente no acostamento de uma rodovia). Só quem pune é Deus.
O dia em que eu ver acontecer alguma coisa por a pessoa estar utilizando celular enquanto dirige o mundo vai explodir. Já é costume todo mundo conversar enquanto dirige.
Todo mundo sabe que está errado e todo mundo faz.
Se as multas fossem aplicadas, mesmo, tudo seria diferente. Ou quase tudo.
Mesmo em Salvador, que transito é selvagem em todos os sentidos (dizem que só é superado por Roma na Itália ou Lima no Peru) eu já vi carros parando na faixa de pedestre para as pessoas atravessarem (eu às vezes faço isso quando é sensato), mas difícil mesmo é usarem a “famigerada” seta, os que usam são quase como ETs (eu sou um deles, pois ligo a seta mesmo quando só existe uma direção pra ir para não perder o hábito), mas no resto dos motoristas até parece que aquela alavanca na direção é um enfeite do carro e não deve ser tocado nunca.
Este sábado mesmo um amigo meu estava tirando sarro com a minha cara lembrando de uma ocasião onde eu dirigia numa estrada que parecia uma trilha, no meio do mato, e mesmo assim ligava a seta.
Eu digo para ele o que digo a todo mundo: “não faz sentido é ficar julgando a cada situação se é pra ligar a seta ou não. O correto, e que ainda por cima requer menos do cérebro, é sempre ligar a seta antes de fazer a manobra. “
Alguns meses atrás uma equipe de reportagem da TV, preparando uma matéria sobre uma certa infração de trânsito em uma esquina, acabou descobrindo isso mesmo: é absurda a quantidade de motoristas que ignoram a alavanca.
Mas o pior aqui em Salvador é a TranSalvador (Chamamos de transengarrafador) é raro de se encontrar, e onde eles são vistos ficam dentro do carro com o ar ligado e ignoram tudo que acontece ao redor (este povo é um bando de parasitas, a cidade chega ficar com o trânsito melhor quando eles estão de greve). E como nada está tão ruim que não possa ficar pior, por aqui estão botando quebra-molas (ou lombada para alguns) em todos os lugares e sem nenhum critério (mesmo que na minha opinião não se deveria usar aquela coisas nunca), o que vem fazendo o trânsito aqui ficar ainda pior.
O Lobby das empresas de ônibus fizeram de tudo para impedir que o metrô de Salvador fosse em frente (e conseguiram), mas o trânsito está ficando tão ruim que o tiro saiu pela culatra, pois um trajeto que poderia demorar 30 minutos dura 3 horas, o que significa que para a mesma quantidade de pessoas transportadas é necessário 6 vezes mais ônibus para darem conta, e ainda piora o consumo de combustível e aumenta o desgaste dos ônibus. Com o caos no trânsito todos no final acabam perdendo.
EU TAMBÉM PENSAVA EM NAO RESPEITAR O 1,5 M DE SEGURANÇA .. COMO TODOS ,, SO APRENDI E VI A REAL NECESSIDADE QUANDO TIVE QUE UTILIZAR BICICLETAS PARA IR AO TRABALHO.. SUGIRO QUE TODOS MOTORISTAS TENTEM IR 1 DIA PARA O TRABALHO DE BICICLETA, AI VC VAI VE A REAL NECESSIDADE .. ASSIM COMO EU VI…
SO SENTE NA PÉLE QUANDO DOI EM NOS PROPRIOS..
Vejo aqui que o artigo 201 do CTB está surtindo seu real objetivo, causar atrito entre ciclistas e motoristas! Infelizmente temos excessos de ambos os lados e isto por si só é suficiente pra desviar a atenção de todos para o que realmente é importante: exigir que a administração pública promova mais segurança no trânsito por meio de infra-estrutura adequada (ciclovias, ciclofaixas, passarelas, sinalização, fiscalização etc). Afinal, vamos concordar que 1,5 metros não é possível em quase que a totalidade de nossas vias…