Erro “Tipo Inválido” no programa RBTempo Multibanco

RBTempo Multibanco é um programa de gerenciamento de dados de relógio de ponto da Madis Rodbel.

Eu fui chamado porque o usuário havia perdido todo o seu perfil no Windows XP. Após recuperar isso e testar o relógio de ponto o programa exibiu esse erro (não tenho certeza de que o texto da mensagem era exatamente esse) ao tentar acessar qualquer informação, fechando abruptamente em seguida.

Mexer com esses programas dessas empresas especializadas em ponto é sempre um problema por causa da proteção contra cópias mas no caso dessa máquina eu já trocara ao longo dos anos HDD e placa mãe e o programa nunca criara problemas; e sabendo que eu tinha uma imagem Trueimage feita horas antes da partição que me permitia reverter qualquer bobagem que fizesse experimentei reinstalar o programa.

Só piorou as coisas. Eu instalei “por cima” usando a opção “reparação” e o programa então passou a pedir validação. Tentei validação automática online, que não funcionou. Tentei a validação manual indicada em um link no programa mas este link para o site não abria mais. Então liguei para o suporte da Madis e fiquei sabendo que minhas opções eram fazer um contrato de suporte (inviável, já que em cinco anos nunca foi necessário) ou pagar a bagatela de R$268 por hora de suporte telefônico avulso. E a princípio eu só queria passar pela maldita proteção contra cópias de um programa adquirido de forma legítima.

Esse preço cobria com folga meus honorários de pelo menos um dia inteiro tentando resolver o problema e na pior das hipóteses eu poderia reimplantar e ajustar algum backup antigo da instalação feito anos atrás, por isso encarei o problema.

O primeiro passo foi reverter o dano causado pela reinstalação do programa. Repor uma cópia dos hives SYSTEM e SOFTWARE do registro não surtiu qualquer efeito, mas copiar por cima uma cópia anterior do diretório c:\Arquivos de Programas\Multibanco\RBTempo resolveu. O programa voltou a dar o erro de “tipo inválido”.

Então eu notei na barra de status do programa um problema na data, que aparecia como “2/14/aaaa” e a ficha caiu. Eu notara esse problema também ao usar o Windows Explorer com todos os arquivos exibindo datas desse jeito mas deixara para resolver depois. Como “tipo” (“type”) é um termo de programação que pode se referir a data/hora, deveria ser isso. Corrigi o problema via opções regionais no Painel de Controle e o erro no programa sumiu.

E isso só levou uns 10 minutos. Estou no ramo errado para não ganhar esses R$268 (se é que iam levar apenas uma hora para consertar) fáceis sem nem ter que me deslocar até o cliente.

13 comentários
  • Ricardo Leme - 1 Comentário

    268 reais pra falar com alguém que entende menos que você, e que após 3 horas de tentativas infrutíferas te sugere formatar tudo e instalar Windows 10 (o boleto a gente manda por email, ok?)

    • Jefferson - 6.464 Comentários

      pra falar com alguém que entende menos que você,

      Seja com suporte pago ou gratuito essa é a regra. Eu só pensei em ligar porque validar o programa é um segredo conhecido apenas pelo suporte e que eles tem obrigação de saber como se faz. Se eles pudessem validar em menos tempo do que eu levaria para reverter pelo backup, melhor para o cliente. Não liguei e não ligaria por causa do erro “tipo inválido”, já que eu tinha backups de anos atrás que eu podia adaptar.

      Em geral eu nunca ligo para o suporte nem quando o cliente sugere que eu faça isso. Normalmente é no mínimo uma absoluta perda de tempo e me sinto torturado por ter que seguir scripts insanos que claramente nada tem a ver com o problema.

  • Alex - 15 Comentários

    Chefe, fiquei curioso:
    1) Se fosse ficar 1 dia inteiro, e não resolvesse, iria cobrar mesmo assim? Quanto?
    2) Já que resolveu, cobrou quanto? Menos que os 268?
    3) Considera que o pessoal da Madis cobrar 268 é muito? Isto na hipótese deles resolverem sozinhos por acesso remoto.
    P.S.: Não sou da Madis. Só acho que o pessoal de TI tende a cobrar pouco, levando em conta o tempo para conseguir conhecimento e a responsabilidade em pelo menos não ferrar com os dados já existentes no computador/sistema.

    • Jefferson - 6.464 Comentários

      Eu cobro “barato”. São R$70 pela primeira hora e R$20 por hora adicional. Se eu ficasse por 8 horas corridas lá meus honorários ainda seriam de R$230.

      É pouco diante do que eu sei fazer, mas eu acho “adequado”. Eu gosto do que faço.

      Normalmente o cliente precisa me pagar não importando o resultado. Se eu achar o problema “interessante” e for do meu interesse resolver eu ofereço ao cliente a possibilidade de só pagar as horas relativas a esse problema específico se eu encontrar a solução. E sempre ofereço a possibilidade de levar a máquina para casa e cobrar um valor fixo, porque aí eu posso ficar assistindo televisão ou fazendo qualquer outra coisa durante as partes maçantes do processo ou enquanto eu penso em outras maneiras de abordar o problema.

      Eu certamente gostaria de cobrar R$268 por uma hora de trabalho, mas não em um sistema de “lock-in” como o suporte de software proprietário. Eu me sentiria realmente prestigiado se encontrasse um mercado onde o cliente estivesse disposto a me pagar isso por causa dos resultados que trago.

    • Jefferson - 6.464 Comentários

      Nota: eu acho bem provável que esse valor de R$268 seja artificialmente alto para incentivar o cliente a optar por um contrato de manutenção. Eu não me surpreenderia ao saber que o contrato custa “apenas” R$250 mensais por um ano. Mas eu não perguntei e ainda assim, diante da necessidade real, R$250 por ano ainda é caro.

      • Jorge Mendonça - 53 Comentários

        Hoje as empresas de ponto eletrônico estão forçando a manter um contrato mensal devido as, segundo eles, “muitas alterações nas portarias do ministério do trabalho” que teoricamente exigiria várias atualizações anuais que seriam cobradas”. Pelo menos o software Ponto Secullum usa essa justificativa. Até ano passado eram grátis e agora vieram com esse migué pra poder lhe assaltar. Particularmente não sei quanto é esse valor mensal nem o valor da atualização avulsa.

        • Jefferson - 6.464 Comentários

          E nenhum de nós dois consegue enxergar o que o MT alteraria para exigir uma alteração do software, certo?

          Para azar dessas empresas, tem outros softwares rodando há anos que podem ser usados como comparação.

          Entretanto, com se trata do governo federal brasileiro, eu não ficaria realmente muito surpreso se isso acontecesse. Até onde posso enxergar essas empresas que operam serviços que requerem homologação do governo operam como um cartel (uma “máfia” se preferir). Quero crer que o país esteja vagarosamente mudando já que um desses carteis estabelecidos há muito tempo, o da impressora fiscal, tende a desaparecer agora que já é possível imprimir cupons fiscais em impressoras não-fiscais (eu fiquei surpreso quando esbarrei nisso no fim do ano passado). Mas é preciso ficar constantemente de olho nessas mudanças de legislação que favorecem certos grupos empresariais. A imprensa brasileira deveria dar mais atenção a esses movimentos que sufocam principalmente o pequeno empresário.
          Se o nosso país fosse sério, um dos requisitos para homologação do relógio de ponto seria uma API padronizada e aberta para que houvesse uma concorrência maior no setor.

          • Jorge Mendonça - 53 Comentários

            Aqui na empresa temos ponto eletrônico tradicional, com relógio e um PC ligado na rede para tratar as batidas. Hoje já existe esse controle na nuvem, tudo homologado no MT, podendo fazer o controle de ponto em qualquer PC/Smartphone conectado na internet, inclusive a batida. O serviço é em torno de 200 reais mensais com um relógio de ponto em comodato, contrato de 24 meses se não me engano. Acho que todos irão migrar para esse modelo de negócio.

          • Jefferson - 6.464 Comentários

            Retiro o que disse sobre a cartelização desse setor. Apesar de Madis, Dimep e Henry parecerem dominar o mercado baseado no número de homologações (78, 72 e 51 respectivamente), o número de fabricantes que tem hoje dispositivos homologados parece muito grande (46) para isso:

            RW, TRIX, DIMEP, HENRY, MADIS/RODBEL, Telemática, Trilobit, Digicon, ControlID, Proveu, Topdata, Ahgora, Inforcomp, Athos, Circuitec, TASK, EXATAID, Sanvitron, Infosphera, Keypass, ZPM, POnto System, Daiken, Be Safe, Wellcare, Biometrus, Cronex, Codax, Gertec, CQS, SCI, Acronyn, Translarm, SmartCard Solutions, Bioforlife, RJF 2005, DIXI, CQS, Velti, Mega, IO Eletrônica, Diponto, Enterplak, Milênio 3 e Ponto RJH,

    • Jefferson - 6.464 Comentários

      Alex, minha reposta à sua terceira pergunta não ficou clara.

      O profissional de TI normalmente atua resolvendo problemas “genéricos” fora do seu controle e o cliente pode chamar qualquer um. É um caso muito diferente do suporte não-gratuito de software proprietário, que para mim se assemelha muito a “criar dificuldades para vender facilidades”.

      Eu sei que não é possível garantir um software livre de bugs mas o que vejo são softwares em contrato de manutenção onde pipocam defeitos que antes não existiam. Esse tipo de coisa deveria estar coberto pelo Código de Defesa do Consumidor porque é mais que um vício oculto: parece sabotagem para justificar o contrato. Obviamente não é o caso do RBTempo Multibanco, que opera há anos sem problemas.

      Então, sim, acho que desativar o mecanismo de reativação automática do software e cobrar R$268 por uma hora de suporte telefônico é completamente descabido.

      • Jefferson - 6.464 Comentários

        OBS.: Eu entendo que o serviço de suporte é algo complicado porque na grande maioria das vezes o usuário vai ligar para o suporte com um problema que nada tem a ver com o software. Se você oferecer suporte gratuito vão ligar até para reclamar que o PC não liga. O danado é que o usuário vai fazer isso até quando o suporte é cobrado e é quase certo que no caso de um contrato de manutenção o atendente do outro lado da linha vá dizer “isso não é problema nosso”. Já cobrando R$268 por hora eu suponho que o atendente tente resolver até problema na máquina de lavar.

        Notar que o problema “Tipo Inválido” era um erro de configuração do Windows. Nada a ver com o software. Eu acho justo que o desenvolvedor cobre, caro, para resolver problemas que nada tem a ver com ele. Mas com a proteção contra cópias do software um profissional de TI qualquer tem menos chances de determinar sozinho onde está o problema porque não pode sequer reinstalar e aí eu já não fico mais do lado do desenvolvedor.

  • Jefferson - 6.464 Comentários

    O que escrevi acima nos comentários sobre as empresas que fabricam relógios de ponto pode estar incorreto.

    Segundo a portaria 1510/2009 do MT, qualquer um pode escrever programas de tratamento de registro de ponto. Não é sequer necessário que o programa seja homologado no MT. Tudo o que é exigido é que o desenvolvedor apresente ao cliente um termo de responsabilidade onde afirma que seu programa atende as regras da portaria.

    E até onde eu pude ver nas duas vezes em que dei suporte a esse equipamento específico da Madis, existe um programa que lê as informações do equipamento e grava em um banco de dados SQL que pode ser lido por qualquer um e outro programa (O RBTempo Multibanco) que trata esses dados.

    Ora, se realmente esse banco de dados pode ser lido por qualquer um eu não posso acusar a Madis de estar se aproveitando da sua posição para cobrar os olhos da cara pelo suporte, já que o MT permite a qualquer um tratar esses dados. O alto preço é resultado da falta de desenvolvedores interessados em atuar nessa área para gerar concorrência.

    O que para mim é surpreendente.

    • Jefferson - 6.464 Comentários

      Segundo a portaria 1510, o REP (“Registrador Eletrônico de Ponto”) deve ter a funcionalidade de gerar o AFD (“Arquivo-Fonte de Dados”) com todos os dados da sua memória (Art 7) e esse arquivo tem o formato padronizado no Anexo 1 da mesmo portaria. Mas só está claro que esse arquivo precisa ser disponibilizado pela porta USB para controle fiscal. Não está claro que os dados sejam disponibilizados no computador do cliente nesse formato padronizado. Isso seria ótimo, mas não está claro.

      Além disso, mesmo que o programa que colete os dados do REP grave no formato AFD, não há nada na portaria que especifique um meio padronizado de registro das informações obrigatórias no REP. Todo funcionário precisa ser obrigatoriamente cadastrado na memória do REP e basta que isso só possa ser feito por programa fornecido pelo fabricante para gerar um problema se este programa tiver proteções contra cópia ou outras “características” que impeçam por exemplo que o proprietário do equipamento possa escolher livremente e a qualquer tempo a qual PC ele será conectado.

Deixe um comentário para Jefferson Cancelar resposta

Você pode usar estas tags HTML

<a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code class="" title="" data-url=""> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong> <pre class="" title="" data-url=""> <span class="" title="" data-url="">

  

  

  

:) :( ;) O_o B) :lol: :huh: :S :D :-P 8-O :yahoo: :rtfm: :dashhead1: :clapping: more »