Para deixar claro: essa não é uma fragilidade do Wi-Fi em si, mas do fato que os fabricantes de APs e roteadores aparentemente não tomam os cuidados básicos necessários para fazer o Wi-Fi funcionar de forma confiável. Mas a maioria das manchetes põe a culpa na Google, cujos aparelhos mal comportados deveriam ser simplesmente ignorados. Eu digo que é uma fragilidade do Wi-Fi porque isso provavelmente não ocorreria se os dispositivos envolvidos fossem ligados numa rede cabeada básica.
Ontem saiu a notícia de que a TP-LINK descobriu que a causa de misteriosos travamentos em alguns de seus APs Wi-Fi era o comportamento do Google Home e do Chromecast, que afeta aparelhos também da Asus, Linksys, Netgear e Synology.
Esses dispositivos da Google transmitem pacotes de broadcast regularmente mas devido a um bug quando saem do modo sleep mandam de uma vez todos os pacotes que teriam mandado se nunca tivessem entrado em sleep. Quando mais tempo em sleep, mais pacotes “atrasados” são enviados de uma vez. Um engenheiro diz que isso pode exceder 100 mil pacotes.
Ora, isso é um bug que precisa ser corrigido na fonte (e a Google já anunciou uma correção), mas é ridículo aceitar a idéia de que um dispositivo de rede pode ser derrubado porque um único outro dispositivo conectado a ele simplesmente está mandando muitos dados. Não se trata de saturação, cujos efeitos desapareceriam quando o Chromecast parasse de transmitir: o roteador pode ter algumas de suas funções desativadas incluindo o total desligamento da seção sem fio, até ser reiniciado. E 100 mil pacotes parece um número alto mas é baixo. Uma rede de “meros” 100mbps supostamente pode transportar 148mil pacotes por segundo e o Archer C1200 que foi afetado pelo problema não oferece supostos 1200Mbps? 100 mil pacotes é o que ele deveria suportar continuamente a cada décimo de segundo.
A TP-LINK publicou atualização de firmware corrigindo o problema no Archer C1200.
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