Atlantis Found (Morte na Atlantida – 2001) conta a estória de uma organização maligna que quer destruir o mundo em um cataclismo para depois reconstruí-lo e dominá-lo. E a descoberta de Atlântida por essa mesma organização parece servir apenas como pano de fundo e distração para o leitor. Eu digo “parece” porque eu não tive paciência para ler cuidadosamente, saltando parágrafos e páginas inteiras. Apesar de ser uma estória que no geral é interessante, o mocinho, Dirk Pitt, acumula talentos difíceis de acreditar e os diálogos muitas vezes não parecem naturais. Talvez eu esteja ficando velho e chato ou talvez meu gosto para literatura tenha se aprimorado com os anos, porque eu tenho boas lembranças de todos os outros livros de Cussler que eu li, como:
Resgatem o Titanic! (apesar de admitir que a premissa é absurda)
A chantagem do Vixem 03
Missão Noturna
Mas depois de Atlantis Found, os livros de Cussler foram para o fim da minha fila.
Eu tenho esse livro (comprei num Sebo anos atrás – aliás: gosto muito de sebos para encontrar livros de antigos autores de ficção científica fora do catálogo… se encontra às vezes preciosidades obscuras!) e até que gostei, apesar de achar que realmente o livro poderia ser mais curto e pelo que se nota ele faz um “merchandising” absurdo de certos equipamantos que Dirk usa. Mas alguns dados são interessantes:
– A teoria que os antigos nazistas realmente chegaram a sonhar com uma base no Polo Sul;
– A possibilidade que alguns deles realmente escaparam para a América do Sul e terminaram seus dias aqui (Mengele é o exemplo mais famoso);
– Esse Moller M400 Skycar realmente existe/existiu, mas que eu saiba nunca realmente saiu realmente da fase de protótipos (creio que rolou também um “jabá” pra esse veículo aparecer no livro)…
– O veículo do Almirante Richard Byrd realmente está (ou estava – desconheço atualmente) abandonado no gelo polar;
– E por fim um tema que sempre me fascinou, o da Atlântida… sabias que esse relato que um cometa se chocou com a Terra há cerca de 12.000 anos atrás tem respaldo em vários círculos (pseudo)científicos? Inclusive tem quem defenda que certos desenhos achados no templo mais antigo do mundo descoberto até agora (Göbekli Tepe, na Turquia), fariam referência a esse evento?
– E por fim um tema que sempre me fascinou, o da Atlântida… sabias que esse relato que um cometa se chocou com a Terra há cerca de 12.000 anos atrás tem respaldo em vários círculos (pseudo)científicos? Inclusive tem quem defenda que certos desenhos achados no templo mais antigo do mundo descoberto até agora (Göbekli Tepe, na Turquia), fariam referência a esse evento?
Eu acho o tema fascinante. Uma de minhas animações favoritas é Atlantis – The Lost Empire. E foi praticamente isso que fez ir até o fim do livro. Eu estava cansado do mumbo-jumbo e do mocinho como um uber-macho-alfa. O papel de Pitt no livro seria muito mais palatável se tivesse sido distribuído por uma equipe multidisciplinar. A propósito, como na animação da Disney.
Adorei o filme quando eu o assisti anos atrás na tv por assinatura, estava num daqueles momentos que mudava de canal a todo instante sem saber o que assistir, acabei vendo o filme e curti, tentei achar uma versão dublada de boa qualidade na web, mas nunca achei com qualidade satisfatória para manter no meu arquivo pessoal, está até hoje no meu Radarr
Estou me referindo ao livro de 293 páginas. Primeiro de uma série de quatro, que não pretendo terminar. Não ao filme.
A premissa é interessante, ainda que absurda, e até que me deixou entretido por um tempo. Mas não demorou muito para ficar cansativo e o final foi definitivamente “broxante”.
Eu pretendo assistir ao filme basicamente para ver o mundo imaginado pelo autor construído por computação gráfica. Mas também tenho uma esperança de que seja uma experiência melhor que a fonte.
No primeiro capítulo Ready Player One parecia a melhor obra de ficção científica que eu lia em muitos anos e eu estava lendo com cuidado cada parágrafo para não perder nenhum detalhe. Mas no meio do livro eu já estava achando as referências à cultura pop da década de 80 excessivas e as intermináveis descrições dos jogos maçantes. De qualquer forma o comentário social e a descrição da realidade virtual do OASIS e suas regras me deixaram entretido o bastante. Merece nota 7.
Eu não li o livro, mas assisti o filme no cinema, gostei bastante (mas eu sou suspeito, gosto muito de ficção científica)! Eu tenho uma cópia dele em 4K, eu só guardo em 4K os filmes que eu gostei realmente, pois me ocupam muito espaço no HD! E já assisti uma segunda vez pelo midia player!
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Após ler as cerca de 200 páginas de Annihilation, o primeiro de uma trilogia, eu me senti incomodado. E rapidamente me lembrei de outro autor que tinha me causado a mesma sensação: James Dashner com a trilogia Maze Runner. O que me incomodou: o livro termina e ninguém sabe o que está havendo, especialmente os leitores. É claro que como se trata de uma trilogia as respostas podem estar nos dois livros seguintes, mas se você leu minha opinião sobre Maze Runner sabe que ao terminar o último livro daquela saga eu me senti enganado.
Annihilation não é uma leitura “fácil”. É intrigante, sim (assim como Maze Runner), mas na maior parte do tempo é monótono e parte da narrativa parece depender de “escritos” que se parecem com salmos de uma bíblia desconhecida, um soneto de Shakespeare, poesia (é sério: a maior parte do que é chamado “poesia” eu não consigo entender) ou com o resultado de um gerador de cadeia de Markov. A narradora, apesar de ser bióloga e não lingüista, poeta ou mesmo escritora parece ser capaz de relacionar o mumbo-jumbo que leu com os eventos que ocorrem depois, o que me faz sentir como se eu fosse muito menos inteligente do que imagino (é provável) ou o autor está trapaceando (mais provável ainda).
A única passagem memorável do livro é quando descobrimos por que ele tem esse nome. Até mais da metade da estória eu fiquei me perguntando o que “aniqulação” tinha a ver com o que estava lendo, já que baseando-se na narração a humanidade parecia ir muito bem. É uma revelação surpreendente, mas não ajuda a salvar o livro.
O que me impulsionou a colocar Annihilation no topo da minha longa fila de leitura foi o trailer do filme baseado nele que será lançado em fevereiro.
Mas o filme é significativamente diferente do livro e a maior parte do que ocorre do trailer não existe na estória. Ou ele é uma mistura de eventos dos três livros ou decidiram que Annihilation era muito chato para virar um filme interessante.
Depois de ver o trailer você pode ter a impressão de que se trata de mais uma tentativa idiota de Hollywood de agradar o movimento feminazi. Eu tenho alergia a essas imbecilidades SJW mas no caso dessa estória há uma boa razão, implícita no livro, para uma equipe formada apenas por mulheres ser propositalmente colocada na linha de frente de uma situação perigosa (segundo o trailer, suicida) e não, não é uma equipe do exército israelense e essa estória não tem nada a ver com “Y: the Last Man“.
Terminei o segundo livro da série: Authority (352 páginas). A estória agora é contada do ponto de vista do diretor da Southern Reach (a “autoridade”), a agência governamental que supervisiona a “anomalia”. Muitas respostas a questões do primeiro livro são dadas, mas muitas outras questões são levantadas. É uma leitura mais interessante mas ainda cansativa. Vandermeer dedica muitas linhas a uma descrição de cenário que é irrelevante para a estória. Eu entendo que isso faz a leitura parecer mais inteligente mas do meu ponto de vista é só “encher linguiça”.
Terminei de ler as 341 páginas do último volume da série, “Acceptance” e concluí que ler a trilogia foi uma absoluta perda do meu tempo. Eu vejo duas alternativas:
1) Eu não sou inteligente o suficiente para entender;
2) A série é voltada para um público que não tem nada a ver comigo.
O autor “fisolofa” (eu sei) demais. Perde muito tempo descrevendo cenários e os pensamentos mais esdrúxulos dos personagens e dispensa pouco tempo tentando realmente dar explicações para a trama. No final, muita coisa fica sem explicação e como eu acredito que “a diferença entre realidade e ficção é que a ficção precisa fazer sentido” quero distância desse tipo de narrativa.
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Browncoat, Green Eyes é a segunda obra de fanfiction que leio. Nem chega perto da complexidade narrativa da obra de Less Wrong, mas ainda assim tem uma qualidade surpreendente. O público alvo são os fãs de Firefly e Harry Potter que tenham a disposição para ler o equivalente a 660 páginas.
O autor imaginou Firefly como o universo de Harry Potter centenas de anos no futuro. Harry cresceu, se tornou um dos bruxos mais poderosos da Terra, derrotou mais uma meia dúzia de dark lords e… casou com Luna Lovegood. Somente essa “sacada” já valia a leitura porque você acaba acreditando que Luna era definitivamente um melhor par para Harry do que a insossa Gina.
Porém nesse futuro Harry está sozinho pois após a morte de Luna ele aplicou a si mesmo um feitiço de animação suspensa com instruções para ser acordado quando fosse necessário novamente (um Rei Arthur bruxo) e aparentemente acharam que a destruição da Terra e a debandada e o espalhamento de todo o mundo bruxo pelo universo não era motivo bom o bastante. Harry foi acordado quase que por acaso, centenas de anos depois de todo mundo que ele conhecia estar morto e graças a uma interessante afinidade com River Tam se une à tripulação de Serenity para tentar descobrir se realmente é o último bruxo do universo. E o autor inclui uma explicação realmente surpreendente para o que aconteceu em Miranda.
A estória é bem “light”. Harry praticamente o tempo todo tem o controle da situação. Não existem traições nem problemas que Harry não possa resolver, muitas vezes de forma engraçada. Sua relação com a tripulação e principalmente com River Tam é hilária.
Só não gostei do conflito final. O autor exagerou no drama e achei bem forçado.
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… ainda falta muita coisa para que eu possa dizer que é “bom”.
O maior problema do livro de Rick Yancey para mim pode ser que pela primeira vez a palavra “derivativo” não saiu da minha mente durante a leitura. E eu definitivamente não sou o tipo de pessoa obcecada por originalidade. O danado é que o livro parece copiar idéias demais. A estória se assemelha tanto a “The Host” (“A Hospedeira”) em certos momentos que parece até querer parodiar o livro de Stephenie Meyer.
Mas os problemas não acabam aí. Falta emoção, é sério demais e deprimente: o livro já começa com 7 bilhões de humanos mortos e prossegue com os que sobraram sendo caçados e mortos sem qualquer chance de sobreviver a não ser se manter escondidos até mesmo uns dos outros. Mais deprimente que isso, só copiando também o sadismo de James Dashner.
O primeiro terço do livro intriga e a estória em geral é inquietante. O autor sabe confundir o leitor. Uma hora você acha que sabe mais que os personagens e um momento depois você conclui que não faz idéia do que está havendo. Mas logo isso fica maçante e não me parece o tipo de obra que valha a pena passar mais de doze horas lendo. Tive a impressão que um filme de duas horas é perfeitamente capaz e mostrar tudo dele que vale a pena.
o trailer do filme chamou minha atenção (confesso, tem tempo que me falta ânimo para leitura), e eu também senti um dejavu com A Hospedeira. Começou a passar essa semana, vou tentar ir ver no cinema.
Assisti o filme neste sábado e ele lembra muito A Hospedeira, não acrescentou muita coisa. Achei o filme aceitável, mas achei “A Hospedeira” bem melhor.
Vi e achei muito água com açucar. Não entendi se vai ter continuação ou não. A hospedeira também não é uma obra prima mas também o achei “a bit more” interessante que esse.
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Terminei hoje de ler as 808 páginas de Fallen Dragon(sem edição em Português), um dos poucos livros de Peter F. Hamilton a não fazer parte de uma obra maior. A estória, de uma Terra séculos no futuro onde a humanidade já colonizou vários outros planetas, é muito interessante e com uma riqueza impressionante de detalhes sobre a ciência da exploração espacial. Mas há momentos em que Hamilton dá uma de Tolkien e começa a descrever demais a paisagem, enchendo o saco de quem só quer saber o que vem depois na narrativa.
Nesse futuro a Terra é controlada por mega corporações que financiam (ou financiaram) os assentamentos no espaço. O núcleo do conflito no livro é a pilhagem executada pela corporação Zantiu-Braun (Z-B) nas colônias humanas. A corporação compra outras empresas que financiaram assentamentos e não conseguiram recuperar o investimento e vai atrás desses planetas a cada “n” anos para “legalmente” exigir dividendos na forma de tecnologia e produtos tomados à força das colônias durante uma ocupação militar. Corsários ultra modernos. E como o custo de enviar uma expedição militar a anos luz de distância é altíssimo mesmo no futuro, a situação dos colonos só piora com o aumento da “dívida” como percebido pela Z-B.
E esse é o pano de fundo para uma estória complexa, onde você não sabe exatamente por quem torcer. Não há “santos” no conflito e um dos personagens principais é justamente um sargento da Z-B que logo no primeiro capítulo já mata um civil durante uma ocupação, enquanto planeja fazer uma pilhagem “por fora” em outro planeta e sem sentir qualquer remorso por uma coisa ou outra. Apesar disso ele não é “mau”. Nada é preto-no-branco nessa estória e o leitor é levado ainda a sentir alguma simpatia por ele.
A ação só deslancha mesmo a partir de 60% do livro, no capítulo 12. Se você conseguir ler até aí, provavelmente não vai conseguir mais parar.
Interessante, vou atrás. Jefferson: há tempos atrás eu tinha te sugerido dar uma garimpada por sebos (e até sites que se dispõem a digitalizar e a colocar no ar versões em PDF) livros antigos de sci-fi dos “clássicos” autores e mesmo menos conhecidos (mas igualmente bons). Você nunca se interessou? Tenho certeza que não vais te decepcionar!
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Preciso começar com uma admissão embaraçosa: eu não li o livro inteiro. Eu estava tão interessado em certos aspectos da estória contada por Andy Weir, que eu simplesmente pulei as partes que considerei maçantes (basicamente, a “ciência” da coisa). Eu pulei para as partes que narram a reação da Terra ao descobrir que Mark estava vivo em Marte e o esforço concentrado para salvá-lo. Algumas passagens me deixaram até com lágrimas nos olhos. Realmente emocionante.
O interesse pelo livro surgiu quando vi o trailer do filme. Eu acho fácil assistir a um filme depois de ter lido o livro, mas muito difícil ter a paciência para o oposto.
Como eu já mencionei aqui várias vezes, sou um fã da série “Artemis Fowl” e por isso quando o meu amigo José Carneiro me emprestou, antes mesmo de ler, Por um Fio (Plugged) do mesmo autor, esperei por algo sensacional.
Quebrei a cara. É fácil entender por que as outras obras de Colfer tem longas páginas na Wikipedia mas essa (hoje) sequer tem uma sinopse quatro anos após o lançamento.
Nem parece que o livro foi escrito pela mesma pessoa que concebeu Artemis Fowl e o mundo das fadas. A estória é fraca, enfadonha e apenas ligeiramente engraçada. As situações vividas pelo personagem principal são tão mirabolantes que o único adjetivo que me vem à mente para descrever o livro é “surreal” (no mal sentido).
E o texto na capa “Se Você Amou Artemis Fowl, É Hora de Crescer” soa ridículo quando você termina o livro. Tirando garçonetes, strippers, palavrões e insinuações de sexo, a trama beira o infantil. Nada se aproveita. Nenhum personagem memorável. Nenhuma piada realmente boa. Perdi meu tempo.
E ainda por cima quem fez a capa plagiou descaradamente as artes do mestre Saul Bass. Coisa feia, nem estudante de curso técnico comete um crime desses.
Sete anos desde o lançamento e ninguém se habilitou a escrever sequer uma sinopse do livro na Wikipedia. Nem mesmo o autor ou a editora. Diz bastante sobre a obra.
Ando meio “desencantado”. Tudo o que tenho parado para assistir nos últimos meses tem me decepcionado. Estou numa fase de preferir assistir pela enésima vez a um filme do qual gostei a encarar uma novidade.
Mas… já que há quem sinta falta das minhas reclamações, vou dar uma olhada na fila
Somente lendo o livro você entende por quê essa mão numa posição de estalar os dedos foi escolhida para simbolizar a estória.
Não, não é o título de um novo livro de J.K. Rowling. HPMOR é uma obra de fanfiction (escrito por um fã), gratuita (todo fanfiction por natureza tem que ser) que infelizmente ainda não tem tradução completa em português (você pode conferir a tradução dos primeiros 11 capítulos aqui). Mas é algo que em muitos aspectos supera o original. O livro é uma obra em andamento que segundo o autor será concluída no início de 2015. Você pode ler em HTML direto no site ou baixar a versão em PDF que até agora tem 1633 páginas. Se isso em vez de intimidar te empolgou, eu acho que estou falando para a pessoa certa
Se você é fã de Harry Potter (os livros), leia HPMOR.
Se você não é fã, mas gosta de “papo cabeça”, leia HPMOR.
HPMOR conta a estória de um Harry Potter em uma realidade alternativa, onde Petúnia em vez de casar com o palerma do Dudley, casou-se com um professor de bioquímica da universidade de Oxford e Harry cresceu sendo amado, cercado de livros e intelectualmente super dotado (como Voldemort). Em HPMOR Harry não é o garoto apalermado que vence o mal basicamente por “dumb luck” (como diz McGonagall após a derrota do troll no primeiro filme). Ele é uma força a ser temida. HPMOR mostra como seria Harry como um garoto de 12 anos que acaba de descobrir que pode fazer magia, com uma mentalidade de adulto (possivelmente fruto do fragmento de alma do Voldemort residindo dentro dele), super dotado e acima de tudo, racional.
Aliás, esse é o objetivo do livro. A estória de Harry Potter serve como pano de fundo para que o autor, o gênio Eliezer Yudkowsky (sob o pseudônimo LessWrong), dê uma incrível aula sobre racionalidade. Conceitos que eu simplesmente teria pouca ou nenhuma paciência de tentar entender em um livro didático são explicados com exemplos práticos, fáceis de entender e muitas vezes hilários.
A estória de HPMOR mostra o primeiro ano de Harry em Hogwarts e o cenário geral é bem parecido com o da estória oficial, mas com algumas diferenças conceituais e outras de enredo. A mais importante das diferenças conceituais e algo que me incomoda na estória original é que no universo de HPMOR a magia cansa. Isto é: não basta você saber o feitiço para poder ficar uma hora balançando a varinha em um duelo como na obra oficial. Feitiços mais poderosos exigem mais energia física e você tem que decidir durante o combate o que pode fazer sem desmaiar de exaustão. Somente essa diferença já muda muita coisa, mas não é a única.
Em HPMOR, o professor Quirrel também se torna professor de Defesa Contra as Artes das Trevas em Hogwarts. Mas a semelhança praticamente acaba aí. O Quirrel de HPMOR é um mago de incrível poder que pode ou não ser Voldemort (existe muitra controvérsia na lista de discussão, por causa do seu comportamento ambivalente) e que se torna mentor e “amigo” (ele mesmo não aprecia a idéia) de Harry. Quando os dois se juntam para discutir a racionalidade do que acontece em Hogwarts, eu acho que posso ser flagrado de boca aberta babando na frete do tablet. E Quirrel não se contenta em ensinar uns feitiços chinfrins para seus alunos. Ele institui em Hogwarts eventos de Battle Magic onde os alunos de Hogwarts são divididos em exércitos sem separação por casas (você vê a Sonserina lutando ao lado da Grifinória e isso funciona) sob o comando de três “generais” escolhidos por ele: Potter, Malfoy e… (eu não vou contar quem é o terceiro. A surpresa é deliciosa
A descrição das batalhas é fantástica. E o suspense geralmente fica por conta do que o general Potter vai inventar (uma combinação de ciência e magia) para tentar vencê-las (ele nem sempre consegue, por causa das regras que muitas vezes são criadas por Quirrel justamente para dar uma chance aos outros generais) .
E não há falta de motivos para dar grandes risadas com o livro. Uma cena memorável é a em que Hermione dá um um beijo em Harry. Em outra Dumbledore e Snape se sentam para discutir um paradoxo temporal (sim, HPMOR também tem um dispositivo de viagem no tempo, sob o controle de Harry). É hilário!
E por falar em Snape, sua presença em HPMOR começa idêntica à da série original. Mas se você leu os livros ou assistiu aos filmes deve ter se perguntado como Dumbledore e McGonagall permitiam que um professor fizesse bullying em todos os alunos exceto os da sua casa tão descaradamente. Pois o Harry racional também se perguntou isso logo na primeira aula de Poções. O resultado é que o Snape de HPMOR é proibido de tratar mal seus alunos, graças a uma impressionante (embora não muito sábia) intervenção de Potter. E centenas de páginas adiante você descobre que isso não foi nada. Em HPMOR, Harry aprende a meter medo até nos dementadores. E tudo é explicado racionalmente.
SPOILER ALERT
SPOILER ALERT
SPOILER ALERT
SPOILER ALERT
SPOILER ALERT: O que vou contar adiante é importante para que você entenda realmente o livro, mas você não vai gostar de saber com antecedência.
Se você não percebeu até agora, um aviso: HPMOR não é estória para crianças. Os temas são adultos e o ápice dessa diferença surge como um soco no estômago do leitor no encontro de Hermione com o troll: Hermione morre, devorada da cintura para baixo. E Harry passa o resto do livro arquitetando seu caminho até a omnipotência (para desespero de todo o corpo docente de Hogwarts e todo mundo que tem juízo) para poder ressuscitá-la. O corpo de Hermione inclusive desaparece um dia depois. Todo mundo sabe que só pode estar com Harry (dos personagens aos leitores), mas ele nega e ninguém entende como ele pode ter escondido. Há quem ache que Hermione foi morta justamente para colocar Harry no caminho “do lado negro da força”, justamente porque Herminone era a única âncora que ele tinha. A única coisa que o segurava no caminho do bem.
Mas a estória, assim como esta sinopse, ainda não terminou
Finalmente (e infelizmente) a estória chegou ao fim ontem, com o último capítulo sendo publicado no dia e hora “do Pi”. Agradeço a Eliezer Yudkowsky pela oportunidade de ter lido algo tão extraordinário e de graça, mas eu teria pago com prazer.
Deixando de lado a aula sobre racionalidade, a precisão com que EY amarra a estória é impressionante. Logo na primeira página ele já sabia como a estória iria terminar e mesmo os eventos mais absurdos (geralmente obra de Dumbledore, que de insano não tinha nada)são explicados no final. Só por causa dos pequenos detalhes que passaram despercebidos o livro já merece ser relido. HPMOR é algo que eu vou lembrar e comentar por muitos anos ainda.
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Eu tenho esse livro (comprei num Sebo anos atrás – aliás: gosto muito de sebos para encontrar livros de antigos autores de ficção científica fora do catálogo… se encontra às vezes preciosidades obscuras!) e até que gostei, apesar de achar que realmente o livro poderia ser mais curto e pelo que se nota ele faz um “merchandising” absurdo de certos equipamantos que Dirk usa. Mas alguns dados são interessantes:
– A teoria que os antigos nazistas realmente chegaram a sonhar com uma base no Polo Sul;
– A possibilidade que alguns deles realmente escaparam para a América do Sul e terminaram seus dias aqui (Mengele é o exemplo mais famoso);
– Esse Moller M400 Skycar realmente existe/existiu, mas que eu saiba nunca realmente saiu realmente da fase de protótipos (creio que rolou também um “jabá” pra esse veículo aparecer no livro)…
– O veículo do Almirante Richard Byrd realmente está (ou estava – desconheço atualmente) abandonado no gelo polar;
– E por fim um tema que sempre me fascinou, o da Atlântida… sabias que esse relato que um cometa se chocou com a Terra há cerca de 12.000 anos atrás tem respaldo em vários círculos (pseudo)científicos? Inclusive tem quem defenda que certos desenhos achados no templo mais antigo do mundo descoberto até agora (Göbekli Tepe, na Turquia), fariam referência a esse evento?
Eu esqueci de pesquisar o veículo. Realmente é uma visão assombrosa, de fazer os inimigos congelarem de espanto e se ca**rem de medo.
Fonte
Eu acho o tema fascinante. Uma de minhas animações favoritas é Atlantis – The Lost Empire. E foi praticamente isso que fez ir até o fim do livro. Eu estava cansado do mumbo-jumbo e do mocinho como um uber-macho-alfa. O papel de Pitt no livro seria muito mais palatável se tivesse sido distribuído por uma equipe multidisciplinar. A propósito, como na animação da Disney.
Desculpe, mas algumas coisas me vieram à cabeça:
– Essa questão do cometa inclusive tam algum respaldo científico: https://sciam.com.br/sera-que-a-extincao-dos-animais-da-era-do-gelo-foi-causada-por-algum-impacto-com-um-objeto-cosmico/
– Sobre a Plataforma de Ross se destacar: infelizmente o ser humano está provocando algo sem nazistas modernos terem que agir: https://www.osul.com.br/geleira-do-juizo-final-que-pode-elevar-o-nivel-do-mar-esta-perto-do-colapso/
Adorei o filme quando eu o assisti anos atrás na tv por assinatura, estava num daqueles momentos que mudava de canal a todo instante sem saber o que assistir, acabei vendo o filme e curti, tentei achar uma versão dublada de boa qualidade na web, mas nunca achei com qualidade satisfatória para manter no meu arquivo pessoal, está até hoje no meu Radarr
Esse comentário era para o post da “Casa dos espíritos”, mas devido a um plugin que uso, saiu em outro, me desculpe.
Não tem problema. Depois eu movo para o lugar certo
morreu ou ainda está vivo cara, quase um mês sem postagens
A coisa está difícil aqui. Cliente novo… problemas novos…
Pois que Deus abençoe e você resolva os problemas e tenha um tempinho pra postar, faz falta.
E infelizmente é um dos meus trabalhos confidenciais, sobre os quais eu não posso falar aqui.