Agora imagina como todos que contribuem com o Linux se sentem com isso.
Eu sei que está completamente errado. Já li a licença GPL várias vezes e em vários pontos ela é bem obscura. Mas fica perfeitamente claro que não é possível distribuir um "linux" inteiro sem fornecer os fontes.
O que a Realtek fez se encaixa em um dos pontos que eu considero obscuros da GPL. O "segredo" deles está em binários baseados em código proprietário, que são "entregues" juntamente com código GPL em um mesmo "pacote". Dependendo de como eu leio a licença isso pode ou não ser permitido. Para começar, é um trabalho derivativo ou não? Que nome se dá a isso?. Eu imagino que seja permitido porque fiz uma busca no Google e não vi ninguém reclamando de violações da Realtek. Também imagino que se fosse ilegal não seria possível para a Mandriva "vender" uma distro com um DVD player de software incluído.
Isso realmente não é ilegal. Só deixou de ser GPL no todo, mas não nas partes GPL. Não sei exatamente o nome disso, mas no meu Fedora 11, por exemplo, uso um driver proprietário (mas gratuito) da ATI disponível nos repositórios non-free do Fedora. Você pode misturar softwares GPL com softwares com outras licenças (até mesmo proprietária comercial, se esta permitir). Mas aí seu sistema, como um todo, deixa de ser GPL. Você não pode chamá-lo de GPL e nem cobrar os direitos de sua licença (GPL). Se alguém copiar seu sistema, você não poderá exigir que o outro lhe credite o trabalho. Mas você poderá licenciá-lo com outra licença (desde que as licenças de todos os softwares usados permitam) mais flexível que a GPL, comercial ou não (acho que a OSI é uma opção de software livre). E aí cobrar seus novos direitos. A única que coisa que você não poderá fazer é fechar o que você usa de GPL no seu sistema. Isso não. O Mandriva não é GPL, apesar de usar partes GPL, as quais eles não podem fechar (mas podem vender, pela licença GPL). Já o Debian é GPL e caso você instale algo não GPL nele, não poderá distribuí-lo com o nome Debian, mas poderá distribuí-lo com outro nome, como é o caso do Ubuntu, um derivado do Debian que usa software non-free (nos repositórios, não no CD de instalação) e, portanto, tem que ter outro tipo de licença que permite a distribuição gratuita, a modificação, entre outras coisas. Outra licença interessante é a o do Firefox, que é aberto, gratuito, mas não-livre. Você pode até modificá-lo, mas não pode distribuí-lo (a não ser que mude o nome, pois a Mozilla quer dar a garantia de que o software que leva sua marca tenha sido testado e passado por alguma qualificação).
A seguinte filosofia serve para todos os sistemas. Para cada distribuição Linux que você usar, deve ficar atento à sua licença como um todo e às licenças de cada software que instalar. A licença da distro não se sobrepõe à licença de cada software (o todo não pode se apropriar cegamente da parte), mas a licença de cada software pode afetar as liberdades da licença da distro (o todo não é obrigado a aceitar cegamente qualquer parte).