Para mim, enquanto a resolução em DPI de um scanner é completamente irrelevante (apesar de ser a única coisa que importa para a maioria das pessoas), uma capacidade obscura chamada Redução de Moiré é uma das poucas coisas que me fazem gostar de um scanner ou detestá-lo.
Talvez você já tenha visto na TV um apresentador aparecer com um paletó, gravata ou outra peça de roupa que por um estranho motivo fica “piscando” à medida que ele se move. Isso acontece porque o tecido foi tingido com um padrão que “interfere” com o padrão da TV.
A imagem ao lado, que achei em uma página que visitei na Internet, pisca perceptivelmente se você estiver trabalhando com resolução de 1024×768 em certas configurações de monitor-placa de vídeo (testado com três monitores e placas de vídeo diferentes), mas não pisca a 800×600 ou 640×480. O efeito é bastante incômodo e se você usar a visão periférica piora.
30/07/2002: É possível que você esteja trabalhando a 1024×768 e ainda assim a a imagem não esteja piscando. Eu testei esta página usando uma placa ATI ALL In Wonder Radeon 7500 ligada a um monitor profissional Viewsonic de 20 polegadas e a imagem não piscou. Depende da taxa de refresh selecionada pela sua placa de vídeo;
18/01/2010: Você não verá mais essa imagem piscar em nenhum computador moderno.
Esse efeito chama-se moiré. No caso dos scanners, ocorre quando digitalizamos qualquer material impresso (fotografias estão livres do efeito, porque não são “impressas”). O efeito criado é bastante indesejável e, para contorná-lo, alguns scanners possuem um recurso de software destinado a tentar remover as manchas que ele acarreta no material digitalizado. O processo tem os seguintes nomes, dependendo do software empregado:
- Redução de moiré;
- Descreen ou descreening
O processo de remoção é feito pelo software que controla o scanner, chamado de source twain. Nas páginas seguintes eu apresento exemplos do problema de moiré e o resultado da remoção em alguns scanners diferentes :
Nota (26/05/2K): Este meu texto é antigo e todos os scanners citados já devem estar fora do mercado, mas ainda é útil para aprender um pouco sobre moiré e ajuda na avaliação de equipamento usado. |
Você verá que certos scanners, apesar de possuirem o recurso de remoção, o fazem de maneira desleixada.
Nota (16/05/1999): No início, meus testes de redução de moiré eram feitos exclusivamente a 100dpi. No entanto eu descobri que scanners que produzem uma redução medíocre a 100dpi podem se redimir a 300 dpi. Eu prefiro que um scanner seja capaz de trabalhar com apenas 100 dpi, mas oportunamente eu incluirei notas sobre os scanners que conseguem produzir um bom resultado ao se elevar a resolução. |
Abaixo segue uma lista de scanners testados por mim. Visite minha página de clones de hardware, para saber a respeito de alguns outros scanners.
Os scanners destacados em vermelho são modelos que eu ainda possuo.
Scanner |
Redução de moiré |
Comentários |
Yanco 3D |
Não
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Apesar de não ter a redução de moiré o Yanco 3D ainda é muito útil em alguns casos. Sua capacidade de tirar fotos de alta resolução de peças é ótima! |
Genius View |
Sim
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Tecnologia CMOS. Não compre. |
Genius Life Pro |
Sim
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Redução medíocre. |
Genius SP2x |
Sim
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Recomendado! |
Genius Vivid Pro |
Não
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TCE S430 |
Sim
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Recomendado! |
TCE S510 |
Sim
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Péssimo. Não compre. |
TCE S520 |
Sim
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Péssimo. Não compre. |
Optic Pro |
Não
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Alguns softwares de tratamento de imagem como o Ulead PhotoImpact, tem um recurso de remoção de moiré que à primeira vista permitiria que você ficasse livre para comprar um scanner sem se preocupar se ele tem redução própria ou não.
Minha experiência no assunto diz que a redução de moiré feita pelo source twain do scanner tem condições de efetuar um trabalho muito mais eficiente que qualquer ferramenta externa. Porém se você vier a conhecer algum software que faça uma redução de moiré digna de nota, por favor deixe um comentário.