DVD : Tamanho é documento?

Texto publicado em 1999 e revisado em 29/12/2004

[15/11/2004] Este texto foi publicado há mais de quatro anos atrás e precisa de um polimento, porque já aprendi novas coisas de lá para cá, mas a idéia geral continua a mesma.

19/01/2010 : A popularização das TVs widescreen está invertendo a situação.

O formato original de um filme (o formato “cinematográfico”) é geralmente criado para exibição em telas de cinema. Se você prestar atenção, poderá notar que a tela de um monitor ou de uma televisão tem um aspecto “quadrado”, enquanto a tela dos cinemas geralmente tem um aspecto retangular bem óbvio.

Quando o filme é criado para exibição nessas telas retangulares, diz-se que seu formato é “widescreen”, ou “letterbox”.

Como você faria para fazer a imagem abaixo caber em uma tela de TV (é uma cena real de um filme)?

Se você reduzir o tamanho de um filme widescreen até um ponto que ele caiba inteiro, de canto a canto, na tela quadrada da televisão ou do monitor (vou falar apenas em monitor daqui em diante) e centralizá-lo na tela, ele vai aparecer como uma faixa retangular de filme com uma faixa preta em cima e outra em baixo (Veja exemplos adiante).

Até recentemente, o único lugar onde você poderia assistir algo em widescreen era o cinema. Mas com a chegada do DVD, você encontrará vários títulos que tem também uma versão widescreen (Executive Decision), ou apenas existem nesse formato (Terminator 2).

A maioria das pessoas por não pararem para pensar um pouco sobre o assunto acha que isso é um “defeito” do sistema de exibição. Outras, mesmo sabendo que não é um defeito, se irritam com as barras pretas porque dão a impressão de que estão “perdendo alguma coisa”, ou (o que eu acho mais compreensível) não gostam do fato de que a imagem fica pequena.

Para contornar o problema com os descontentes (que aparentemente são maioria) popularizou-se um método em que a imagem é cortada na largura para poder encaixar na tela do monitor.

Preste atenção às imagens abaixo e você talvez concorde comigo que a única crítica sensata que você pode fazer ao formato Widescreen é que tudo fica menor. Mas se você assiste em uma televisão razoavelmente grande e apaga as luzes (fazendo as faixas pretas se confundirem com o escuro da sala) você provavelmente acaba se acostumando e dando preferência ao formato de tela larga.

A técnica atualmente usada para fazer a adaptação (chamada de Pan & Scan) permite que o diretor escolha livremente a região da tela que vai ser exibida e ela pode mudar o tempo todo no decorrer do filme. Assim, durante a cena do segundo exemplo, você poderia ver a câmera passar da esquerda para a direita mostrando todas as naves da cena, mas não pode ver todas ao mesmo tempo. Existem casos de filmes em que você fica simplesmente sem entender uma parte, porque a adaptação foi ruim e você não viu tudo o que deveria ter visto.

[29/12]Hoje, algumas TVs tem um recurso de ZOOM que é até divulgado na propaganda como “eliminador de faixas pretas”. Eu acho que usar o ZOOM de uma TV para assistir um filme Widescreen em Fullscreen é uma tolice, porque aí é a TV que está fazendo os cortes e não o diretor do filme. Um filme assistido dessa forma não fica necessáriamente igual à versão fullscreen oficial do mesmo filme.

Estas páginas são sobre DVD, mas você pode aplicar os exemplos para entender a diferença entre assistir ao filme no cinema (widescreen) e assistir em vídeo (pan&scan).

Outros exemplos:

Notas:

1 – Quase todas as imagens dos exemplos me foram gentilmente cedidas por John L. Berger, autor da The Letterbox and Widescreen Advocacy Page, que me inspirou a criar essas páginas. Thanks John! 🙂

2 – Nos exemplos, a versão widescreen (sempre à direita) foi ampliada de forma a facilitar a visualização dos detalhes que são perdidos na versão pan&scan. Não há o interesse de trapacear o seu julgamento.

Dragon Heart

Star Trek: First Contact

Star Wars: Special Edition

Tomorrow Never Dies

Monty Python and The Holy Grail

Blazing Saddles

Amadeus