Afinal, o DVP642 suporta ou não DTS?
Dependendo de como você define “compatibilidade com DTS” a resposta pode ser “sim”, “não” ou “que diferença faz?”
Se você esteve acompanhando de perto esta seção, notou que no início eu declarei que o DVP642 era compatível com DTS pelo simples fato de que o meu HT Sony reconhecia o sinal DTS vindo do DVP642 pelo cabo digital. Em seguida, depois de receber “toques” de dois visitantes, concluí que um DVD player só poderia ser denominado “compatível com DTS” se tivesse um decoder DTS interno, o que implicava necessariamente na existência de seis saídas analógicas na traseira do bicho, e que os players “não compatíveis” simplesmente passavam o sinal DTS pela saída digital para que você conectasse a um HT compatível.
Mas hoje [07/01] o vento mudou de novo de direção. Depois de uma observação de um outro visitante (ele fez algumas colocações claramente incorretas mas esta eu confirmei válida) eu percebi que um DVD player recebe o logo “DTS – Digital Out” simplesmente pelo fato de saber lidar com a faixa DTS do DVD e direcioná-la para a porta digital (grande coisa).
Depois de alguma pesquisa (não sei se estou ficando burro, ou se o site da DTS é simplesmente mal organizado, pois precisei do Google), finalmente encontrei a página da DTS que confirma isso, com a lista de logos e seus significados. O que nos interessa é este aqui:
DTS Digital Out DTS Digital Out indica que uma unidade lê e passa adiante o sinal DTS através da saída digital do aparelho para uma outra unidade equipada com um decodificador DTS
Dois exemplos de DVD players assim são o Cyberhome CH-DVD 300 e o APEX AD600A. Ambos tem o logo “DTS – Digital Out”, mas se comportam de maneiras diferentes. O APEX AD600A se comporta mais ou menos como o DVP642: Ao reproduzir uma faixa DTS, a saída analógica fica muda. Já o Cyberhome me surpreendeu ao fazer também o downmix do sinal DTS para as suas saídas analógicas estéreo (tanto com cabo digital ou analógico, sempre há som ao reproduzir uma faixa DTS no CH-DVD 300).
Eu disse que o Apex se comporta mais ou menos como o DVP642 porque no Apex é necessário escolher no menu se você vai usar a saída digital ou a analógica, mas no DVP642 isso é automático.
Por que o DVP642 não tem o logo DTS Digital Out e o Apex AD600A tem, mesmo tendo um comportamento igual do ponto de vista do DTS? Eu ainda não sei. Meu melhor palpite é que a DTS cobra royalties pelo logo e a Philips não quis pagar por isso, mas pode haver um motivo completamente diferente.
É importante citar aqui que o DVP642 não suporta AVIs com áudio DTS (testado com firmware 1109) Para ter DTS você precisa do DVD original ou de uma cópia em DVD dele.
Resumo: segundo a definição de “compatibilidade com DTS” acima, o DVP642 é inteiramente compatível.
Aproveitando a oportunidade, se você tem um Receiver/HT que não tem entradas digitais (ou outro sistema surround qualquer baseado em amplificadores separados), pode adquirir um decodificador standalone como o da Dynacom. Eu não gosto do preço, mas quem diz se vale a pena é você.
Testei o DVP642K/78 (firmware 1109) com um filme XviD codificado com áudio em AC3 conectado ao meu HT Sony Wega Theater pelo cabo coaxial. Ao rodar o AVI, o HT imediatamente sinaliza “Dolby Digital 3/2.1” e os indicadores L, R, C, SL, SR, SW, LFE e DolbyDigital permanecem acesos durante a execução do filme. Em resumo: está confirmado mais uma vez que o DVP642 é compatível com AVIs contendo áudio AC3. Antes deste teste, eu sabia que o DVP642 aceitava arquivos assim, mas não tinha a certeza de que ele tratava o áudio corretamente como surround. Agora eu tenho.
Filmes AVI com duas trilhas de áudio
No primeiro teste que fiz, com um filme ripado por mim mesmo, a coisa não funcionou. Ao apertar AUDIO para escolher a outra faixa, o aparelho mostrava na tela que a faixa fora selecionada, mas ficava mudo. Era preciso apertar MUTE duas vezes para o som voltar.
Porém no meu segundo teste, com o filme “Planeta do Gelo” que um amigo pegou no emule com áudio em português e inglês, funcionou direitinho. Existe apenas um retardo de cerca de três segundos entre o momento que você aperta o botão até o áudio “aparecer”, mas fica tudo sincronizado direitinho.
Filmes com áudio de baixa qualidade
O DVP642 em geral consegue reproduzir pela saída analógica o áudio em qualquer amostragem. Porém, se você estiver usando uma das saídas digitais, o aparelho ficará mudo se o áudio de seu filme tiver uma taxa de amostragem abaixo de 44.1KHz (o habitual, para uma “qualidade de CD”). Para ouvir filmes codificados assim você precisará conectar o aparelho pelas saídas analógicas estéreo. Eu diria que isso é mais um inconveniente que um defeito, já que áudio com amostragem abaixo de 44.1KHz é essencialmente de baixa qualidade e não teria nenhum ganho ao ser reproduzido via cabo digital.
Note também que o fato do som do microfone do Karaokê não sair quando usamos as digitais também se enquadra aqui.
A lógica diz que isso também se aplica a MP3 de baixa amostragem, mas ainda não fiz os testes necessários.
Amostragem?
Não, isso não tem nada a ver com o horrível termo “encodagem” que alguns usam por aí. Amostragem (sampling) é um termo comum e antigo de eletrônica digital. Uma amostragem de 44.1KHz (44100Hz) significa que foram retiradas 44100 amostras por segundo do sinal original analógico. DVDs usam uma amostragem um pouco maior, de 48KHz.
Segundo o Teorema de Nyquist, a taxa de amostragem de um som precisa ser maior que o dobro da mais alta frequencia que você deseja reproduzir. Então, uma taxa de 44100Hz pode reproduzir frequencias de até 22050Hz, que é justamente o topo da resposta teórica do ouvido humano (não podemos ouvir nada acima disso)
Em geral, quanto menos amostras, menor é a qualidade do som. Mas isso depende do que você gravou. Para a voz humana apenas, taxas de amostragem de 22KHz já são mais do que suficientes e mais do que isso é desperdício.
MP3
Alguns aparelhos de DVD, apesar de serem capazes de reproduzir MP3, são burros demais para conseguir reproduzir um DVD de MP3 (eles esperam encontrar MP3 apenas em CDs). O DVP642 consegue reproduzir MP3 em qualquer media.
Ele considera como um CD de dados e abre um menu para escolher a primeira música a tocar (ou já começa tocando a primeira, dependendo do Menu estar ligado ou não). Primeira decepção: Só é possível ver os primeiros 11 caracteres dos nomes das pastas e dos arquivos, o que pode complicar bastante a navegação e a escolha.
Como eu vou distinguir os dois álbuns do Bee Gees?
[03/01] O manual (página 13 na versão em PDF) informa que para MP3 existe um “display máximo de 30 caracteres”. Eu não faço idéia de que raios a Philips está falando.
O DVP642 infelizmente não tem suporte a tags ID3, nem a playlists. Você também não pode procurar por uma música enquanto outra está tocando. Você é obrigado a dar STOP para poder mover-se entre os arquivos.
O DVP642 também permite fazer um slideshow com música, embora isso não seja nada intuitivo. Consulte o manual para conhecer o procedimento.

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