Muito provavelmente por não apreciar humor negro, acabei não gostando de “A Noiva Cadáver ” (Corpse Bride – 2005) [spoiler] [Trailer]. As únicas partes interessantes para mim foram o início, até o ponto em que se explica “o engano” que permitiu o casamento de Victor com um cadáver e o final, onde as coisas se resolvem mais ou menos satisfatoriamente para todos. De resto, não vi nada que pudesse aproveitar. Não assistiria novamente.
Arquivo para dezembro de 2005
Eu até que estava gostando de A feiticeira (Bewitched – 2005), mas foi só até o momento em que o personagem de Will Ferrel entrou em cena. Depois disso o filme se tornou um show de canastrice (proposital ou não) que não se encaixou de jeito nenhum na estória que eu esperava assistir. Os únicos que se salvam são Nicole Kidman, que estava “encantadora”, e Michael Caine.
Eu confesso: o livro anterior da série: Harry Potter e a Ordem da Fênix não me encantou. Além da morte de um personagem importante, não foi fácil digerir Dolores Umbridge ao longo de centenas de páginas. Mas fico contente em saber que não fui o único a ter essa impressão, já que o grande Stephen King chegou a comparar umbridge a Hannibal Lecter.
De fato, sem a presença de Umbridge e suas constantes injustiças e crueldades, Harry Potter e o Segredo do Príncipe foi muito mais fácil de ler. É claro que ajudou o fato de que Harry passou a ser visto por todos (exceto a Sonserina, claro) como o herói que sempre foi e também gostei bastante da inclusão do romance na estória. Rowling mostra mais uma vez a impressionante contadora de estórias que é ao mostrar como Gina nunca deixou de gostar de Harry.
Os Irmãos Grimm
dez 15
Sob outra direção, “Os Irmãos Grimm” (THE BROTHERS GRIMM – 2005) [spoiler][Trailer] poderia ter sido bem melhor. A estória até que é interessante, mas na minha opinião foi mal apresentada e o esforço de fazer uma colagem de diversas estórias dos irmãos Grimm em uma só pode ter complicado as coisas. Eu mesmo notei referências óbvias a “Cinderella” (para quem não sabe, Cinderella não é uma criação da Disney), “João e Maria”, “João e o Pé de Feijão”, “Rapunzel” e “Chapéuzinho Vermelho”, mas provavelmente existem no filme diversas outras referências que não notei, por ter lido a coleção completa das fábulas dos Irmãos Grimm há mais de 20 anos.
A Ilha
dez 14
É uma pena que algumas coisas não sejam bem explicadas em “Serenity – A Luta pelo Amanhã (mais um exemplo de título brasileiro idiota)” (Serenity – 2005) [spoiler][Trailer], talvez porque apenas os fãs da série americana “firefly” saibam o suficiente para entender. Mesmo assim, o filme é bom, com doses certas de ação, romance, drama e comédia.
A Inglaterra, seguindo o exemplo de outros países europeus, finalmente legalizou a “união civil” homossexual.
Eu imagino que o espertinho entre vocês já deve estar pensando: “Vai se mudar para o Reino Unido, né, Mona?” mas quem acompanha de perto tudo o que escrevo sabe que não se trata disso.
Eu já estive perdidamente apaixonado por uma mulher que nunca me deu a mínima atenção e com a qual eu nunca tive chance. Quem já passou por algo assim sabe como é devastador (não, eu não estou exagerando na escolha de palavras). E minha paixão era (e ainda é) algo perfeitamente natural, comum e aceito por todo mundo à minha volta. No intervalo entre minhas “crises” eu imaginava quantas vezes pior pode ser para um(a) homossexual sentir a mesma coisa por alguém que, possívelmente, vai retribuir com nojo ao descobrir. Putz… se o que eu senti na época já me fez alcançar a compreensão do motivo que leva algumas pessoas mais fracas a se suicidarem…
OK.. já deu para você enxergar o panorama…
Eu nunca tive preconceito contra homossexuais embora, admito, não me sinta à vontade na presença de (ou conversando com) um homossexual “solteiro” (tenho um motivo, mas explico em outra oportunidade); e os seis meses que passei “doente de amor” por uma mulher que não me distingue de uma porta só fizeram reforçar minha “simpatia” pela causa dos homossexuais (não do jeito que você está pensando, espertinho).
O reconhecimento por parte do Estado da união entre essas pessoas é um importante passo rumo ao fim do preconceito. Quando será a vez do Brasil? Pelo menos o Severino Cavalcante não está mais lá para atrapalhar
Banlieue 13
dez 4
Se dependesse de “fama” ou da capa do filme na locadora, eu não teria assistido ao francês “B13 – 13o Distrito” (Banlieue 13 – 2004). Mas ainda bem que assisti Se dependesse também da estória, o filme seria um fracasso, mas as cenas de ação são impressionantes, principalmente quando temos em mente que não foram usados efeitos especiais de nenhum tipo (nada de gente suspensa por fios ou computação gráfica).
Logo de cara, as peripécias atléticas do personagem Leïto lembram os filmes de Jackie Chan, mas vão além disto. Na verdade, trata-se de um esporte chamado “Le Parkour” e o ator é ninguém menos que um dos criadores do esporte, David Belle. Se você assistiu ao novo Comercial da Molico (Windows Media – 820K) onde se vê uma moça em algumas proezas atléticas, já tem uma idéia do que seja “Parkour”. É realmente impressionante o que essas pessoas são capazes de fazer, sem nenhum tipo de equipamento ou roupa especial. Os praticantes do Parkour são chamados de “traceurs”.
Nos quadrinhos, a primeira e única vez em que vi um “traceur” em ação foi no número 6 da minissérie “Freqüencia Global” (imagem ao lado), quando a agente é convocada para interceptar um terrorista do outro lado da cidade. A estória é ruim e só serve de desculpa para mostrar o que um traceur é capaz de fazer.
Na foto, o traceur Sebastien Foucan faz um “salto de gato”. Não tente repetir isso em casa, porque provavelmente você irá se arrebentar
Lamentávelmente, os produtores do DVD não se incomodaram em incluir nos extras nada sobre o Parkour. Seria uma ótima oportunidade de divulgar o esporte.
Agora, fiquei com vontade de assistir a Jump London e a Jump Britain
Guerra dos Mundos
dez 3
“Guerra dos Mundos” (War of The Worlds – 2005) [spoiler] foi melhor do que eu esperava, principalmente pelo fato de que, talvez por ser um filme de Steven Spielberg, o espectador é poupado da maior parte das cenas de violência. Nada de braços ou cabeças sendo decepadas na tela. Isso me deixou muito mais à vontade para apreciar o filme.
Tenha em mente que o filme é um “drama” de ficção científica; A maior parte das cenas é focada no aspecto dramático de uma invasão alienígena e não no combate que, aliás, é quase inexistente dada a superioridade tecnológica do exército invasor e do elemento surpresa. Como o personagem de Tim Robbins diz: “Isto não é uma guerra… é um extermínio”.
Em muitos aspectos, o filme se parece com Sinais (Signs – 2002), incluindo a rapidez com que tudo acaba.
Se você seguir o link que dei lá em cima, verá muitos leitores de adorocinema reclamando que nada é explicado no filme. Eu é que não entendo isso, porque para mim tudo o que precisava de alguma explicação foi esclarecido na introdução, ao longo do filme ou em seu final.
É óbvio que a direção do filme poderia ter sido mais caprichada. Em muitas cenas, principalmente na chegada à barca, pode-se perceber a falta que um diretor severo faz. Faltou realismo ao comportamento da multidão.