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Dois Mouses

Nota: Considerando estritamente a gramática inglesa, o plural de “mouse” é “mice”. Entretanto, usar as regras gramaticais inglesas no texto em português pode soar bastante estranho (“dois mice” é bem esquisito). Por isso, neste texto, farei uma confusão gramatical em favor da clareza.

Uma característica quase desconhecida do Windows 95/98 é a capacidade de reconhecer dois dispositivos apontadores (vou chamar de DAs daqui por diante) simultâneos. Você pode ter então dois mouses, uma trackball e um mouse, etc. Infelizmente (ou felizmente, dependendo do ponto de vista), a existência de dois DAs não provoca o surgimento de dois ponteiros. Ambos os DAs controlam o mesmo ponteiro. Isso impede que duas pessoas trabalhem na mesma aplicação na tela, mas ainda tem algumas utilidades:

* Em uma loja, você pode ligar dois mouses no mesmo computador (um mouse barato e um Logitech/Microsoft) para mostrar aos clientes a diferença;
* Algumas pessoas podem gostar de ter uma trackball e um mouse instalados ao mesmo tempo. Para algumas atividades a trackball pode ser mais precisa e confortável.

Instalar o segundo DA é relativamente fácil. A maior dificuldade é providenciar a conexão física para ele (o conector externo) e ativá-la no BIOS. No meu caso, eu pude instalar dois mouses Logitech, sendo um na COM1 e o outro na COM3, sem problemas. Eu só não posso mover ambos ao mesmo tempo, porque, como estão usando a mesma IRQ, o ponteiro trava e exige um reboot para voltar a funcionar.

A parte de software pode chatear um pouco.

Dependendo da sua sorte, o windows poderá detectar automaticamente o segundo mouse e após um reboot estará tudo funcionando. Mas em alguns casos você precisará fazer detecção de hardware manualmente e em outros você precisará remover todos os drivers de mouse existentes e reiniciar (após a remoção do driver de mouse este deixa de funcionar, mas você pode reiniciar o Windows pelo teclado). Quando o Windows entrar novamente poderá estar com os dois mouses já funcionando (foi o meu caso)

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Quando “586” e “Pentium” são a mesma coisa

Há algum tempo atrás, me deparei com o problema de um cliente que, orientado por um “especialista”, afirmava ter sido lesado pela empresa onde eu estava trabalhando porque ele havia adquirido um Pentium 100 (dois anos antes) e em seu chip BIOS estava escrito “586”. O cliente estava muito irritado, bradando na frente de vários outros clientes que a empresa era desonesta, e todo o blá, blá, blá do gênero. É importante frisar que o cliente chegou afirmando que havia sido lesado e não nos questionando sobre a possibilidade de um engano.

O que conseguimos entender foi que o tal “especialista” lhe disse que ele havia adquirido um 486 “turbinado” e não um Pentium legítimo.

Esta é uma questão delicada. Nosso Departamento Técnico considera a razão disso evidente porque essa é uma “história velha”, mas um leigo pode facilmente se enganar.

A palavra “Pentium” é marca registrada da Intel Corporation e só pode ser utilizada por outra empresa em seus produtos com autorização (que normalmente requer o pagamento de royalties). O nome do Pentium, seguindo o histórico da Intel, seria “586”, por ele ser o sucessor do “486”. Porém a Intel, desejando impedir que outros fabricantes copiassem o seu projeto e ainda por cima usassem o mesmo nome de processador (porque, pela lei, um número não pode ser registrado como marca), decidiu quebrar a corrente e chamar seu processador de “Pentium”.

Os desenvolvedores de BIOS (até onde sei, a Intel não desenvolve BIOS), então usam o termo “586”, porque ele tecnicamente designa os processadores da geração Pentium e não requer pagamento de royalties à Intel.

Portanto, é absolutamente normal o BIOS de um Pentium ter uma inscrição “586”.

Inclusive, é absolutamente normal também você encontrar no BIOS de um Pentium II a inscrição “686”.

Existia ainda um outro problema com a queixa do cliente, que tornava a sua posição muito difícil: a garantia de seu computador já tinha acabado e o selo de garantia obviamente estava rompido (foi assim que o “especialista” viu o BIOS). Mesmo que realmente o processador encontrado não conferisse com o que ele comprou, iria ser bastante difícil para ele provar que este não foi substituído depois da venda (dois anos é tempo suficiente para isso).

Quero aproveitar a oportunidade para alertar a todos para não acreditar cegamente em quem se auto-proclama “especialista” e também para não deduzir que alguém é um especialista porque sabe mais do que você.

Qualquer leigo que saiba trocar um HD pode parecer um “especialista” para outro leigo. Cuidado para não tomar suas palavras como verdades indiscutíveis a ponto de entrar em disputas baseado nelas. Isto pode lhe colocar em situações vexatórias.

Olhando o caso por outro ângulo, é importante que os profissionais da área tomem cuidado antes de fazer uma afirmação que pode ter consequências sérias. Um mero engano ou mal-entendido, que em muitas situações seria motivo de riso apenas, pode estragar sua imagem profissional.

Nota: É incorreto dizer “a BIOS”. A sigla BIOS significa Basic Input Output System, que significa em nossa língua Sistema Básico de Entrada e Saída.

o Sistema”=”o BIOS”.

Mesmo que nós nos refiramos ao programa armazenado no chip ou ao próprio chip fisicamente, continua sendo “o” e não “a“.

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Não se iluda com o display

Camera Sony

Uma das características das câmeras digitais que mais chama a atenção e desperta o interesse do consumidor de informática é o display colorido, onde se pode visualizar a imagem que se quer fotografar e as fotos já tiradas. Porém existem alguns inconvenientes dos displays que são pouco divulgados, mas que meus testes revelaram:

Consumo de energia muito elevado

Geralmente, deixar o display ligado durante a sessão de fotos consome as
baterias numa rapidez que lhe obriga a trocá-las antes de encher a memória da câmera de fotos.

[07/04/2002]: eu escrevi este texto em 1999, mas mesmo agora o consumo de energia elevado ainda é um problema sério. Embora parte da “graça” de se usar uma câmera digital seja usar o display, o custo da substituição das pilhas pode desanimá-lo. Com um conjunto de 4 pilhas alcalinas custando algo em torno dos R$ 6,00, é melhor levar isso em consideração. Optar pelo uso de pilhas recarregáveis de NiMh eleva o custo de aquisição do equipamento, mas vai resultar em economia rapidamente. Pois se você trocar as baterias alcalinas 20 vezes (e isso vai acontecer rapidinho, se você insistir em manter o display ligado), vai ter pago o conjunto de 4 recarregáveis + 4 reservas + carregador (cerca de R$120), e as recarregáveis tem uma vida útil estimada em 1000 recargas (você gastaria R$ 6000 em alcalinas!


Não funcionam como “mira” em condições de baixa iluminação ou de
iluminação excessiva.

À noite, a luz captada pela lente da câmera não é suficiente para apresentar
uma imagem nítida no display. Mesmo que a câmera possua flash e seja capaz de tirar uma foto nítida do ambiente, pode não ser possível “mirar” com o display.

De dia, debaixo de sol, pode ser impossivel usar o display para “mirar”. Você olha para o display e não enxerga absolutamente nada. Mesmo se posicionando na sombra você pode ter dificuldade para enxergar a imagem. Esta é uma caracteristica dos displays de cristal líquido, pois eles não emitem luz. Câmeras que tenham backlight no display talvez contornem ou minimizem esse problema.

Canon Powershoot A20

Essas são “características” das câmeras digitais. Não constituindo defeito.
Alguns modelos de câmera podem incorporar técnicas que minimizem ou eliminem os problemas citados. Pense duas vezes antes de adquirir câmeras digitais que não tem também uma mira óptica (a tradicional), como é o caso da TCE CD100, porque essa limitação pode comprometer severamente o seu aproveitamento da câmera.

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Monitores LG – Tabela de especificações

Tabela publicada em 1999. Não inclui modelos posteriores.

A tabela abaixo é fornecida pela própria LG como um folheto distribuído em algumas revendas. Use-a quando quiser descobrir, por exemplo, que danado o 55i tem de diferença para o 57i (além da cara e do preço).

Clique para ver ampliado.

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Placas de vídeo 3D – Glossario

Clock – frequência de trabalho. Geralmente medida (no caso das placas 3D), em MHz (milhões de ciclos por segundo).

Chipset – Significa “conjunto de chips”. É um termo usado pela indústria de eletrônica que é amplamente usado em informática. Refere-se ao conjunto de circuitos integrados (chips) principais de uma placa. Quando alguém diz que uma plca mãe tem “chipset Intel” quer dizer que o conjunto dos principais chips da placa foi produzido pela Intel. Ë importante notar que o mesmo chipset podem ser chamado pelo seu modelo/codinome (chipset Banshee) ou pelo nome de seu fabricante (chipset 3dfx).

3dfx – Nome do mais conhecido fabricante de chipsets 3D do mundo. Tão popular e tão facilmente encontrado no mercado que muita gente confunde “3dfx” com “aceleração 3D”. Mas isso é o mesmo que chamar todo absorvente íntimo de “modess” :).

Banshee – Chipset da 3dfx que foi desenvolvido para ser uma evolução do chipset Voodoo 2, mas que pelo baixo desempenho em jogos importantes como o Quake acabou sendo deixado de lado pela comunidade de gamers.

Fill Rate (taxa de preenchimento) – velocidade com que o chipset 3D consegue preencher uma região da tela

Framerate – Medida em Frames per Second (quadros por segundo, mas deve ser usada a sigla inglesa: fps) é o número de vezes por segundo com que o chipset consegue redesenhar a tela inteira.

SLI (Single Line Interleave) – Modo de operação em que duas placas Voodoo 2 são instaladas no mesmo sistema e, interligadas por um cabo, dividem as operações de tela, melhorando a performance geral do sistema.

Voodoo Graphics – Nome original do chipset que hoje é chamado Voodoo 1

Video onboard – termo popular aplicado a todo chipset de vídeo instalado diretamente na placa-mãe (pelo preço da placa mãe você também leva uma “placa de vídeo”).

Patch – em inglês: “curativo”. Termo usado pela indústria de software, incluindo a de jogos, para pequenos programas destinados a corrigir problemas ou adicionar funcionalide a outros programas. O desenvolvedor de um jogo pode disponibilizar um patch no seu web site para, por exemplo, corrigir a deficiência de seu jogo com uma certa placa de som e/ou para aproveitar as capacidades 3D de uma nova placa de vídeo.

API – sigla de “Aplication Programable Interface”. Ë a linguagem com que um dispositivo permite que outros se comuniquem com ele. As APIs 3D são as linguagens com que as placas de vídeo se comunicam com os jogos e outros softwares que desejem fazer uso de seus recursos avançados. As APIs atuais são OpenGL, Direct3D e Glide;

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Placas de vídeo 3D – Framerate

Medida em Frames per Second (quadros por segundo, mas deve ser usada a sigla inglesa: fps) é o número de vezes por segundo com que o chipset consegue redesenhar a tela inteira.

O desejável é que se alcance uma framerate de 60fps, mas nem sempre isso é possível, mesmo com uma boa aceleradora 3D. Os principais fatores que contribuem para a framerate são a velocidade do processador da máquina, memória, sistema operacional e resolução escolhida. Quanto maior a framerate, mais “fluido” e realista é o movimento da cena.

É comum acreditarmos (e teimarmos) que 30fps é o suficiente para dar movimento fluido a uma cena, já que essa é a “framerate” usada no cinema e na TV (na verdade, não é bem assim, mas os detalhes estão fora do escopo deste texto, por enquanto). Nas aplicações 3D, 30fps é aceitável, mas a 60fps a melhora é perceptível.

Para ajudar as pessoas a perceberem a diferença, existem dois utilitários disponíveis na Internet:

Motion (33k) – Escrito em QuickBasic (UAU!) por Mark Rejhon (conhecido na comunidade Linux pela sua contribuição ao projeto DOSEMU). Deve funcionar em qualquer computador rodando DOS ou Windows (exceto NT) e com qualquer placa de vídeo. Mostra um grupo de quadrados rolando pela tela a diferentes framerates. O programa realmente conseguiu me convencer de que aumentar a framerate nos meus jogos é algo desejável. Motion não vai ganhar nenhum prêmio de design visual, como você pode ver abaixo, mas sua extrema simplicidade permite que ele alcance altas framerates mesmo com placas de vídeo simples.

Demo 60/30Hz (3.66MB) – Escrito pela 3dfx para rodar apenas com suas placas aceleradoras. Divide a tela em duas metades e mostra a mesma cena tridimensional (e em movimento) em ambas, com a segunda na metade da framerate da primeira.

Uma framerate melhor pode contribuir significativamente para melhorar sua experiência de jogo e uma das maneiras de aumentá-la é reduzir a qualidade da imagem. Algumas placas 3D fazem isso propositalmente, como a antiga nVidia Riva128, mas também é possível para o usuário mexer em suas configurações para ganhar velocidade em detrimento da qualidade.

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Placas de vídeo 3D – Placas Banshee

A 3dfx lançou também uma versão modificada de seu chipset Voodoo 2, chamada Banshee. Essa versão permitia aos fabricantes de placas construir placas 2D/3D conjugadas (ao contrário do chipset Voodoo, que exige que a placa seja exclusivamente 3D), em detrimento da performance, já que um dos processadores do Voodoo 2 não existe no Banshee. As seguintes placas baseadas no Banshee se tornaram populares no Brasil:

  • Creative 3D Blaster Banshee
  • Diamond Monster Fusion

Diamond Monster 3D 2

A imagem acima mostra uma placa com chipset Voodoo2. As pintas amarelas sinalizam os chips de memória EDO (existem outros, soldados do outro lado da placa). Note os três chips com o símbolo da 3dfx.

Creative Banshee

Nas placas Banshee, como a mostrada acima, eles foram integrados em um único chip, com exceção de um deles que é uma das duas unidades de textura (Texture Unit). A falta desse processador faz com que jogos que usem um recurso chamado “multi-texturing” (como o Quake e o Unreal) sejam mais lentos nas Banshee que nas Voodoo2.

Em compensação, as Banshee usam uma interface de 128 bits para sua memória SGRAM de 100Mhz em comparação com as Voodoo 2, que usam dois barramentos de 64 bits para uma memória EDO de 90MHz. O subsistema de memória mais rápido deixa a fill rate melhor, tornando os jogos que não requerem “multi-texturing” mais velozes. A qualidade de imagem de ambos os chipsets é a mesma. Só muda a velocidade.

Eu vi uma máquina rodando Quake com uma Banshee e não notei diferença óbvia entre ela e minha Voodoo 2.

Em teoria, placas Banshee deveriam ser 100% compatíveis com os jogos que foram desenvolvidos para as Voodoo 2. Afinal, ambos os chipsets usam a interface Glide. Entretanto na prática não é bem assim e alguns jogos que rodam sem problemas em uma Voodoo 2 necessitam de patches para rodar em uma Banshee.

Placas Banshee são incapazes de rodar em modo SLI, como as Voodoo 2. Não há sequer conector para isso.

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Placas de vídeo 3D – História (resumida) do vídeo 3D nos PCs

Resumo:

  • “3dfx” não é sinônimo de “placa aceleradora 3D”. 3dfx é um fabricante de chipsets e esses chipsets equipavam as duas principais placas 3D do mercado brasileiro, a Diamond Monster 3D e a Creative Voodoo Blaster.
  • “Voodoo” é o “apelido” que a 3dfx deu aos seus chipsets. Primeiro veio o chipset Voodoo, que equipou placas como a Diamond Moster 3D. Em seguida veio o chipset Voodoo 2, que equipou placas como a Diamond Monster 3D II. O atual chipset da 3dfx é o Voodoo 3, que equipa apenas suas próprias placas. A Diamond e a Creative romperam relações com a 3dfx, por isso não espere por uma Diamond Monster 3D III, porque isso não vai existir. Hoje a Diamond e a Creative usam o chipset Riva TNT2 da nVidia para equipar suas melhores placas 3D.
  • “Banshee” é um chipset que é uma versão modificada do Voodoo 2. Tem como vantagens incorporar 2D e 3D na mesma placa e ser um pouco mais veloz na taxa de preenchimento, às custas do desempenho no processamento de texturas. As placas que usam esse chipset são a Creative 3D Blaster Banshee e a Diamond Monster Fusion.

Alguns anos atrás (por volta de 1996), os esforços dos fabricantes de placas de vídeo no campo da exibição em 3D eram patéticos. Não havia nada que impressionasse. As “aceleradoras 3D” da época eram ridículas. Mesmo placas de fabricantes de renome como a Diamond deixavam o usuário com uma impressão de “é só isso?” depois da instalação.

Os chipsets VIRGE e Trio 64 (ambos da S3), dominaram o mercado por um longo tempo. No Brasil, ambos podiam ser encontrados em placas Diamond.

Mas em 1997 a tecnologia de chipsets 3D deu um salto espetacular. Empresas como a 3dfx e a NEC começaram a disputar o mercado com seus chipsets (Voodoo e PowerVr, respectivamente), que melhoravam perceptivelmente a qualidade e a velocidade dos jogos. Naquela época já dava para notar que o mercado era promissor, mas as incompatibilidades entre os chipsets concorrentes criavam um problema para os desenvolvedores de jogos, que tinham que lançar versões diferentes de seus programas para cada chipset. Isso preocupava o mercado e os usuários: “que chipset vai dominar o mercado?. Será uma nova briga VHS x Betamax? ”

Bem. Ocorre que a 3dfx ganhou a briga pela popularidade com seu chipset Voodoo. Na época, vários fabricantes adotaram o chipset em suas placas e dezenas de desenvolvedores passaram a escrever jogos compatíveis com a interface 3D Glide, criada pela 3dfx para seus chips.

A S3 não conseguiu lançar nada melhor que o Virge (que demostrou ser comparativamente bem ruinzinho) por um longo tempo. Ficou para trás na guerra 3D.

Quando a 3dfx lançou seu chipset Voodoo 2, a coisa ficou bem feia para os concorrentes. O primeiro fabricante a lançar uma placa baseada nesse chipset foi a Creative, com sua 3D Blaster Voodoo 2. Foi um enorme sucesso. Em seguida veio a Diamond, com sua placa Monster 3D 2. Ambas tornaram-se as placas 3D mais populares do Brasil em pouco tempo. Eram praticamente as únicas que podiam ser encontradas nas prateleiras em mercados fora do eixo Rio-São Paulo. O chipset Voodoo 2 continuou a usar a interface Glide, o que era um problema a mais para concorrência.

A 3dfx lançou também uma versão modificada de seu chipset Voodoo 2, chamada Banshee. Essa versão permitia aos fabricantes de placas construir placas 2D/3D conjugadas, em detrimento da performance, já que um dos processadores do Voodoo 2 não existe no Banshee. Leia mais osbre o chipset banshee aqui.

Nesse período, a Microsoft conseguiu aperfeiçoar a até então patética interface DirectX a um ponto que tornou-se uma opção atraente para os desenvolvedores de chipsets concorrentes da 3dfx. Novos chipsets começaram a abrir caminho.

Lançado no mercado em 09/1998, ainda durante o reinado do chipset voodoo 2, o chipset Nvidia Riva TNT surgiu como um concorrente muito capaz, mas com poucas chances de cair nas graças do público, já que os fabricantes mais populares adotavam outro chipset.

Tudo levava a crer que nada desafiaria a 3dfx no mercado de aceleração 3D. As melhores placas 3D do mundo e as mais populares no Brasil usavam chipsets fabricados por ela. Porém, em dezembro de 1998, a 3dfx resolveu deixar de ser apenas um fabricante de chipsets para fabricar também as placas 3D. Para isso ela comprou um antigo (mas pouco conhecido no Brasil), fabricante de placas 3D chamado STB.

A 3dfx tinha dois objetivos:

  • Desferir um golpe no seu competidor, a nVidia. A STB era possivelmente o maior comprador de chipsets TNT, que usava para equipar suas placas Velocity 4400 TNT
  • Entrar no lucrativo mercado de OEM, já que a STB possuia contratos de fornecimento de placas para dois dos maiores fabricantes de PCs dos EUA: a Dell e a Gateway

Entretanto o tiro saiu pela culatra. Seus dois maiores clientes, a Diamond e a Creative, abandonaram a idéia de lançar produtos baseados nos próximos chipsets da 3dfx quando viram seu principal fornecedor transformar-se em seu maior competidor.

Diamond e Creative cancelaram então suas linhas de placas 3D que usavam chipsets 3dfx. Ë por isso que você não encontra uma placa “Monster 3” no mercado.

Vale salientar que a Diamond nunca foi um cliente “fiel” da 3dfx. Ao mesmo tempo em que fabricava placas usando os chipset desta, também fabricava placas usando chipsets da Intel, da Rendition e da nVidia. A Viper 330, por exemplo, usava um chipset nVidia Riva 128.

Um pouco mais de eventos, na ordem em que ocorreram:

  • Em março de 1999, a Creative anunciou a adoção do chipset Savage 4 para sua nova placa de vídeo 3D.
  • Em abril de 1999, o chipset nVidia TNT2 chegou às prateleiras nas placas Diamond Viper V770 / V770 Ultra e nas placas Guillemot MaxiGamer Xentor e MaxiGamer Xentor 32 (estas últimas não eram tão fáceis de encontrar no Brasil quanto as primeiras)
  • Também em abril, a S3 e a VIA anunciaram que vão unir o chipset Savage 4 ao chipset Apollo Pro para criar um novo chipset a ser lançado no segundo semestre de 1999, tencionando equipar placas mãe com vídeo onboard realmente decente.
  • Em junho de 1999 a S3, fabricante do chipset Savage 4, anunciou a compra da Diamond Multimedia por US$ 200 milhões. Em resposta, a Creative anunciou o fim prematuro de suas placas baseadas no chipset S3 Savage 4. Até 14/08/99 (quando chequei pela última vez) a fusão ainda não havia se formalizado ;
  • A Creative anunciou sua nova placa, a 3D Blaster Riva TNT2, em 14/07/1999.

A Creative está desenvolvendo um driver, chamado Unified, que permite às suas placas baseadas nos chipsets TNT e TNT2 rodarem jogos feitos para rodarem em Glide. A home page do driver está aqui. É previsível que o driver só funcionará com os produtos da Creative.

Nota:

Em 23/12/2K eu constatei que o projeto unified não mais pode ser encontrado no site da Creative Labs, por isso o link não funciona mais.

Tanto a Diamond quanto a Creative estão hoje usando chipsets da nVidia. Ou seja, a 3dfx tomou a STB, mas deu Diamond e Creative para sua maior rival.

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Mensagem Recebida

Ola… Primeiro meus parabens pela Bela e interessante HP..

Na pagina: http://webrecife.com/ryan/3d_historia.htm

No paragrafo:

A 3dfx lançou também uma versão modificada de seu chipset Voodoo 2, chamada Banshee. Essa versão permitia aos fabricantes de placas construir placas 2D/3D conjugadas, em detrimento da performance, já que um dos processadores do Voodoo 2 não existe no Banshee. Leia mais osbre o chipset banshee aqui.

Quando cliquei em aqui obtive erro 404 – Pagina: http://webrecife.com/ryan/_3d_banshee.htm

Estou informando confoeme solicitado na pagina.

Comentário

É raríssimo para mim receber uma mensagem desse tipo, em que o visitante se deu ao trabalho (em vez de querer me dar trabalho) de descrever minunciosamente um problema em meu site.

É claro que eu agradeci de acordo.

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Placas de vídeo 3D – Entenda essa confusão

Nota: Estes textos estão no que eu posso chamar de “estágio beta”: n ão está pronto ainda, mas tem informação suficiente para ser útil a quem se interessar pelo assunto. Decidi liberar alguns de meus textos antes de dar o “polimento final” porque alguns deles esperam tanto tempo aguardando pela informação necessária para finalizá-los (ou para que eu “ache ” que eles estão finalizados) que acabam ficando obsoletos antes de serem publicados.

Os itens sem link ainda são de textos que ainda estão confusos demais 🙂

Introdução

Em 1998 eu não acreditava nessa coisa de “aceleração 3D”, graças ao desempenho patético de todas as placas auto-proclamadas “3D” que eu havia visto até então. Não estava nem um pouco inclinado a gastar R$ 400,00 em uma aceleradora.

Nessa época, eu estava decepcionado com meu Pentium 200MMX, porque ele era intoleravelmente lento com vários dos jogos que eu testava.

Então eu tive a oportunidade gratuita de testar uma Diamond Monster 3D 2. Impressionado é pouco para descrever meu estado quando eu rodei Nightmare Creatures (NC) com ela. Sem a placa, tentar jogar NC era uma idéia ridícula. Com a placa, tornou-se uma experiência gratificante.

Não foi apenas porque o NC ficou inacreditavelmente bonito. Ele também ficou inacreditavelmente rápido em meu Pentium 200 MMX. Repeti a experiência com diversos outros jogos com resultados semelhantes.

As imagens abaixo mostrarão a você duas coisas:

  • Um pouco da diferença entre a jogo com e sem aceleração 3D
  • Que screenshots como esses são incapazes de convencer as pessoas do ganho de qualidade proporcionado pela aceleração 3D 🙂
Sem aceleração 3D
Com aceleração 3D

Se você clicar em cada uma das imagens, verá uma versão ampliada de 800×600 que facilitará a percepção das diferenças. Porém, não há como representar em uma página como essa as diferenças brutais. Você precisa ver uma aceleradora 3D em ação, com imagens em movimento, explosões, nevoeiro, reflexos e transparências para ficar realmente apaixonado.

Chamei meu chefe e mostrei a diferença. Na mesma semana ele instalou uma Monster em seu computador.

Naquela época, comprar uma aceleradora era uma decisão fácil. Você só podia escolher entre a Diamond Monster 3D2 ou a Creative Voodoo2, que eram essencialmente a mesma placa. Hoje a confusão está grande. Diversas outras placas estão no mercado e escolher entre elas é muito difícil quando não se entende absolutamente nada do assunto. Os vendedores, como sempre, só contribuem para te deixar mais confuso ou para tomar as decisões erradas (porque eles mesmos não entendem nada do que estão vendendo, mas conseguem convencer você de que entendem tudo do assunto).

Nesta minha série de textos eu explico alguns conceitos e conto um pouco da história da aceleração 3D. A idéia de incluir essa seção no meu site veio depois que eu tive que fazer uma cansativa pesquisa sobre o assunto, reunindo informações confusas e até contraditórias em diversos sites diferentes. Eu não abordo tudo o que aprendi ainda, mas irei acrescentando mais textos e “polindo” os já publicados, à medida que meu tempo permitir. Siga os links no topo da página e boa leitura!

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Modems – A fábula do aumento da velocidade

Eu respondi uma dúvida de um visitante que pode ser a dúvida de outras pessoas:

Mensagem Recebida +resposta intercalada

Olá,

(nota: não se assuste com meus comentários.)

Prezado Professor,

Ops, eu dou aulas de vez em quando, mas não sou professor.

Gostei muito da apostila sobre modem,

Aquela? Está tão desatualizada que removi o link para ela de meu site já há alguns dias. Ou você a acessou faz tempo ou chegou até ela atrávés de um link de outro site.

mas não consegui tirar uma dúvida. Se me permite gostaria de fazer uma pergunta. É possível mexer na configuração da placa de 56,6 para que ela aumentede performance e vá até perto dos 115.2?

de 115200bps? Sem qualquer dúvida, *não*.

Existem algumas pessoas que afirmam que é possível e garantem que sim e fazem a demonstração antes e depois da modificação para mostrar que não é truque.

Antes que eu continue, veja bem… com milhões de modems de 56,6 no mundo você não acha que essas pessoas (ou quem as ensinou) não já estariam famosas com essa descoberta?

Afinal isso aí *dobra* a velocidade do equipamento. Onde está a home page que fala sobre o assunto? Por que algo de tamanha importância lhe seria revelada assim, como se fosse um segredo de poucos?

Continuando… Ë *impossível*.

Primeiro: A velocidade que o Windows *mostra* quando você conecta *NÃO É* necessariamente a velocidade com a qual você se conectou. Você pode “programar” o windows para mostrar a velocidade do DTE (não tenho tempo para explicar isso agora, mas essa velocidade chega mesmo até 115200 e isso é absolutamente normal).

Eu tenho um modem aqui cujo driver veio configurado errado e sempre conecta dizendo que está a 115200bps. Isso é ilusão.

Segundo: Você, sob nenhuma circunstância, conseguirá transferir dados a uma velocidade maior do que a projetada para o modem do outro lado da linha, ou seja: mesmo que um engenheiro da NASA projetasse um modem de 115200 só para você, ele teria que instalar outro igual no seu provedor. Do contrário, seu modem se comportaria no máximo igualzinho a um bom modem de 56600.

Sempre pensei que nossa linhas discadas só suportavam 45.000 bps?

Suportam um pouco mais do que isso, já me conectei no máximo a 51-ponto-alguma-coisa. Mas definitivamente você *jamais* vai conectar a uma velocidade maior do que a especificada para o modem. Se seu modem é de 14400, na melhor das hipóteses vai conectar a 14400, para o de 28800 a mesma coisa e assim por diante. Não existe mágica.

Existe um monte de pequenos ajustes que você pode fazer nas configurações do Windows para aumentar um pouco o desempenho da sua conexão. Mas *nunca* lhe daria algo perto de 115200, como você disse.

Veja bem… eu não sei o que seus amigos demonstraram a você. Se depois do que eu expliquei você ainda achar que o que eles dizem tem fundamento, peça a eles que coloquem por escrito o procedimento (algo tipo: “eu quero testar isso em casa ou no modem de um amigo”) e me envie uma cópia. Terei o maior prazer em explicar a você o que, tecnicamente, o procedimento deles faz.

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