Sendo há muito tempo um fã do personagem da DC Comics eu não sabia bem o que esperar de “Constantine (2005)” [spoiler][trailer]. Opiniões que eu havia lido sobre ele não me pareceram muito animadoras, mas depois te tê-lo asistido percebi que as pessoas que escreveram as opiniões que li provavelmente não conheciam o personagem e não entenderam nada do filme. Este parece ter sido feito mesmo para os fãs, com muitas cenas que só podem ser realmente compreendidas por quem leu, principalmente, a revista HellBlazer.

Algumas coisas foram mudadas. Por exemplo, o Constantine dos quadrinhos é um Inglês e não um morador de Los Angeles. Sua alma foi condenada ao inferno não por ter cometido suicídio, mas por um monte de outras afrontas a Deus, cuja principal foi a besteira que ele fez em New Castle, deixando que a alma de uma menininha fosse condenada ao inferno.

Outra diferença é a referência ao fato de que Constantine seja “egoísta” e que em todas as suas boas ações ele esteja pensando em reconquistar seu lugar no paraíso. O Constantine dos quadrinhos não dá a mínima para o paraíso ou para Deus. Isso parece vazar numa passagem do filme onde ele diz, em resposta à afirmação de Isabel de que Deus tem planos para nós: “Deus é como uma criança com uma fazenda de formigas: ele não planeja coisa alguma”. O Constantine dos quadrinhos sabe que quando morrer irá direto para os braços de Lucifer, sem escalas, e deseja adiar isso tanto quanto possível, porque o lorde do inferno o odeia como a nenhum outro mortal não vai dar a ele uma estadia agradável lá. Mas ele também não morre de vontade de ir para o céu.

Um bom filme, sem violência gratuita, que faz você pensar . As mortes que ocorrem são quase discretas, o que me agrada, porque não aprecio ver cabeças rolando ou explodindo, braços decepados, empalações e coisas do gênero.