A fragilidade da comunicação mundial

Em dezembro ficamos sabendo que submarinos russos tem demonstrado uma grande atenção por regiões por onde passam cabos de comunicação submarinos intercontinentais. Cabos estes dos quais depende quase toda a comunicação civil (internet, comércio, bancos, etc) do mundo. Apesar de achar isso preocupante eu me perguntei: mas todas as outras potências não devem fazer o mesmo com os cabos russos?

Aparentemente a coisa é ainda mais preocupante para a Rússia, que por um lado parece ter poucos cabos submarinos mas por outro parece depender demais de outros países que ficam no caminho por onde precisam passar suas comunicações. O site submarinecablemap dá uma visão muito interessante da situação:

Você poderia imaginar que o jeito seria investir maciçamente em comunicação por satélite, mas isso só reduziria o número de nações capazes de destruir as comunicações mundiais às três que tem a tecnologia para isso: Rússia, EUA e China. É ingênuo achar que essas três nações não tenham já planos prontos, completamente operacionais, para destruir os satélites das outras. E não pense que por você não morar em nenhum desses países você não seria afetado.

E como se isso não fosse o bastante, um louco como o ditador da Coréia do Norte agora parece ter a tecnologia para, no mínimo, gerar um pulso eletromagnético na alta atmosfera fritando todos os circuitos eletrônicos de uma nação. Ao contrário do que muita gente imagina, mesmo aparelhos desligados seriam destruídos. É claro que isso não iria afetar apenas as comunicações.

É melhor não pensar muito nessas coisas.

8 comentários
  • VR5 - 397 Comentários

    Em muitas obras de ficção científica a humanidade é “eletronicamente destruída” com um pulso eletromagnético global. Será que a tecnologia para isso não está mais tão distante?

    • Jefferson - 6.464 Comentários

      O PEM pode atrasar a região afetada em 200 anos, mas um único PEM afetar toda a humanidade é um exagero. Um PEM não afeta nada abaixo da linha do horizonte, por exemplo. Segundo a Wikipedia uma única bomba detonada a 500km sobre o Kansas poderia desabilitar todos os EUA continental (Havaii fica de fora, claro). De forma similar, uma única bomba detonada sobre Brasilia deixaria o Brasil na idade média.

      É claro que China, EUA e Russia podem detonar *muitos* misseis o que no final dá no mesmo. Mas o doido da Coreia não está no mesmo nível ainda.

  • Intruder_A6 - 194 Comentários

    Acho improvável que aconteça uma terceira guerra mundial, mas em algum momento um maluco, pode até ser o Trump, vai jogar uma bomba atômica sobre alguma cidade, provavelmente de um país que não tenha bombas para revidar. A simples possibilidade de destruir quase toda a infraestrutura de um país inteiro é quase a mesma coisa que uma ataque nuclear, mas com menos mortes diretas. Mas como todos (que tem várias armas nucleares) podem fazer isso é pouco provável que o façam, as consequências seriam terríveis!

    • Jefferson - 6.464 Comentários

      Não é tão improvável. Basta uma das superpotências ser suspeita de estar muito mais perto de desenvolver um meio de anular a ameaça do arsenal das outras para que muitos dedos comecem a coçar. Isso aconteceu quando os EUA anunciaram o programa Guerra nas Estrelas. A idéia de que uma superpotência se torne também invulnerável ameaça a segurança proporcionada pela Destruição Mútua Assegurada. o Guerra Nas Estrelas na minha opinião é o caminho errado porque não existem “territórios” no espaço onde você possa colocar armas e ser capaz de defendê-las. Uma defesa que possa operar inteiramente dentro do território da nação é muito mais barata e tem muito mais chances de funcionar.

      O problema é complicadíssimo mas fácil de resumir: basta uma tecnologia que possa localizar e desabilitar/destruir mísseis balísticos enquanto ainda no ar, criando um “escudo” em torno da nação. Certamente todas as superpotências estão trabalhando em soluções para o problema.

      Isso pode não acontecer durante nossa geração, mas vai se tornando menos improvável com o passar das décadas.

    • Jefferson - 6.464 Comentários

      A simples possibilidade de destruir quase toda a infraestrutura de um país inteiro é quase a mesma coisa que uma ataque nuclear, mas com menos mortes diretas.

      Sim, uma das estimativas que li aponta para 90% da população de um país desenvolvido morrer de fome em alguns meses após a destruição da infraestrutura. Sem eletricidade mesmo a capacidade de produzir combustível é limitada e sem colheita mecanizada não é possível alimentar os milhões de pessoas nos centros urbanos. Mas isso não é o pior. Uma pessoa pode ficar semanas sem comer mas sem água potável estará morta em quatro dias. E o fornecimento de água potável nos centros urbanos depende de eletricidade.

      Eu tenho uma razoável certeza de que nenhuma cidade grande do Brasil tem planos de contingência para um blackout prolongado. Imagine os 2.6 milhões da população aí de Salvador brigando por espaço ao redor dos rios da cidade.

      • Jefferson - 6.464 Comentários

        E sempre tendo em mente o que nos ensina The Walking Dead: O maior inimigo não é a catástrofe, mas a anarquia resultante.

      • intruder_a6 - 194 Comentários

        Os lugares mais pobres talvez se virem melhor sem infraestrutura que os mais ricos, quem não tem quase nada já está preparado para sobreviver se a situação ficar pior, mas nós estaremos realmente na merda. E Salvador não tem mais muita água que se possa usar sem tratamento sem se ficar doente, aqui seria uma desgraceira! Acho que Recife talvez não fique numa boa situação, ai chove muito menos, as chuvas aqui nos ajudariam a não morrer de sede.

  • intruder_a6 - 194 Comentários

    Acho difícil que algum lado consiga uma vantagem que anule as armas do outro lado, as armas também evoluem, ninguém está parado. Mas talvez o risco maior seja o fim do império americano, quando a China e a Rússia conseguirem mudar o padrão dos contratos de compra de petróleo para o Yuan e o Rubro lastreados em ouro (eles tem muito ouro para lastrear as moedas e a China já é o maior comprador de petróleo do mundo), será o inicio do fim do padrão dólar. Os EUA não conseguem manter um gigantesco e permanente deficit se o dólar deixar de ser a moeda de referência, a economia afunda junto com o dólar (se eles não mais puderem emitir dólar sem limite) e o império desmorona junto, é nesse momento que pode surgir um desesperado e faça alguma grande besteira. Com o enorme poderio militar e os EUA entrando numa crise pior que a de 1929 nunca se sabe o que pode sair disso…

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