Os dois equipamentos são muito parecidos por fora. Os dois são conhecidos popularmente como “a maquininha de cartão”, mas o POS não tem conexão com a rede do estabelecimento comercial e imprime recibo. O operador do caixa (ou o entregador) precisa digitar o valor da compra e guardar o recibo da operação, que o depto financeiro precisa conferir na hora de fechar o caixa. O pinpad não tem impressora própria, é conectado ao computador do caixa e recebe do sistema comercial o valor a pagar e depois responde com o código da autorização (tem um nome particular do qual não lembro agora) que é armazenado automaticamente no banco de dados e facilita a conferência pelo financeiro. O POS é prático, portátil e qualquer um pode usar, sem precisar de um sistema comercial compatível. Pinpads são geralmente adotados por operações comerciais maiores, onde já existe um sistema comercial e a transferência automática dos dados evita erros e deve dar uma economia enorme em horas de trabalho no final do mês. Eu tenho um cliente com um supermercado “pequeno”, com 15 caixas, mas quando eu olho o movimento imagino o trabalho que seria a conferência de recibos para fazer o fechamento dos caixas no final do dia.
Voltando a assunto do post, somente do pinpad Gertec PPC900 eu tenho acesso a pelo menos 24 unidades bloqueadas, o que impede o meu cliente de reutilizá-las. A maioria é serial RS232, mas tem algumas USB.
Com a desculpa de garantir a segurança, se você abrir um equipamento desses ele é imediatamente bloqueado, mas o que aconteceu com essas unidades é ainda pior: se você não usar por mais de x meses, são bloqueados automaticamente, cortesia da Gertec. E aparentemente o desbloqueio custa cerca de R$380, por unidade! Ainda bem que esses aparentemente foram fornecidos “de graça” pela Cielo, mas uma pesquisa no Google me mostrou que isso também acontece com pinpads Gertec adquiridos no varejo.
E são bloqueados mesmo. Não é que você não possa mais fazer uma operação com cartão: você não pode usar o aparelho para nada. Nem mesmo como um teclado/display. Exibe uma mensagem “EQUIPAMENTO BLOQUEADO”. Eu entendo que você não possa mais ler cartões, mas por que bloquear o resto da funcionalidade? Por que não fazer o fallback para um modo limitado de operação e evitar a criação de lixo eletrônico? Com um pinpad novo da mesma empresa custando R$646 quantas pessoas vão pagar R$380 (mais da metade) pelo desbloqueio de um velho? Há um motivo justo para isso ou é só falta de concorrência mais ganância? É ainda pior que isso: aparentemente, se o pinpad foi fornecido pela Cielo, após o desbloqueio só funcionará com a Cielo como intermediária. Até onde sei o pinpad novo não tem essa limitação. E pela diferença que eu vi entre as taxas praticadas pela Cielo e, digamos, a Stone, é preciso um motivo muito bom (ou ignorar as opções) para usar a Cielo.
Como estava bloqueado mesmo eu abri um deles para ver o que podia ser aproveitado (fotos aqui) e não encontrei nada. O teclado não fica em uma placa separada e o display tem um código que eu não pude encontrar com a ajuda do Google. É realmente uma pena ver isso ser vendido por quilo para um comerciante de sucata.
E esses são os pinpads. O cliente tem outra caixa com dezenas de unidades de POS que eu mesmo embalei, mas se perdeu na mudança da loja e ainda estou tentando achar onde foi guardada. Desses pelo menos a bateria de li-ion e as fontes se aproveitam.
Alguém aí tem alguma sugestão?
Esses equipamentos possuem uma bateria, todo mês é bom ligar ele na energia (USB), caso essa bateria descarregue, os equipamentos ficam bloqueados.