Jefferson, 09 de abril de 2017, PorDentro Este post está em rascunho e pode mudar drasticamente de uma hora para outra.
Esta campainha existe em vários modelos e sub-modelos, muitas vezes difíceis de distinguir. Como eles não são identificados claramente pelo fabricante aqui eu vou denominar por minha conta para facilitar a identificação. Entre parênteses estão os modelos mais prováveis, obtidos comparando com embalagens novas. Aparentemente modelos que começam com “H” tem DIP switch e os que começam com “A” não tem.
Nos modelos que tem DIP switch o botão de troca de melodia está ausente, porque o transmissor tem um DIP switch de seleção da melodia. Infelizmente isso faz com que nesses modelos seja impossível para o consumidor comum fazer o mais básico teste do receptor sem o transmissor.
Modelos 1a e 1b (H-128E, A128E e H-128ES)
Modelos 2a e 2b (H-148C e A-158)
Modelos 3a e 3b (H-138CS, A-138C e F-138C)
Todas são alimentada com três pilhas, somando 4.5V. Mas a maior parte do circuito funciona com 3V de duas pilhas. A última pilha, que fica mais fundo no compartimento, só é usada para elevar a tensão para 4.5V para o circuito de som.
Como se pode ver pelas fotos acima, em metade dos submodelos você pode escolher o endereço facilmente através de um DIP switch, que também existe no transmissor. Na outra metade o endereço já vem definido de fábrica e você não pode mudá-lo facilmente.
O DIP switch de escolha de endereço tem sempre 6 posições, o que permite a escolha entre 64 endereços, mas como você verá mais adiante quando você dominar o funcionamento poderá escolher entre até 730 endereços.
Transmissores
Os cerca de 30 transmissores que testei são divididos em três modelos. Todos operam com 12V de uma bateria tamanho 23A.
AD015C01
O modelo AD015C01 é destinado a ser usado nos sub-modelos de campainha que tem DIP switch. É também o único onde você pode determinar e fixar a melodia. E por usar um cristal (SAW ressonator) é também o único que não precisa de ajuste. A inscrição no cristal “R315A” é uma indicação de que pelo menos este modelo opera a 315MHz, mas eu já determinei por experimentação que todos operam.
Modelo AD015C01
AD012-2
O modelo AD012-2 tem um endereço programado em fábrica que pode ser alterado mudando as pontes de solda que existem embaixo da placa. A melodia no receptor pode ser escolhida apertando o botão SW2
Modelo AD012-2
Vista do fundo da placa do AD012-2. A região à direita de C3 é onde é feita a programação do endereço.
AD062
O modelo AD062 permite uma mudança mais “fácil” de endereço porque as pontes de solda estão facilmente acessíveis. Mas há uma diferença interessante: existe um bloco a mais de pontes que você pode usar para obter mais dois bits de endereçamento. Entretanto ainda não sei se os receptores tem essa funcionalidade. Você está vendo o transmissor pelo fundo então o botão que você vê é o de mudança de melodia pois o de acionamento está do outro lado da placa.
Modelo AD062
O exemplo abaixo mostra a correspondência entre as pontes de solda e os bytes do endereço. Destacada em vermelho está a parte fixa do endereço nos receptores (o endereço sempre termina em 1111). Esta área não existe no modelo AD012-2, como você pode conferir nas fotos anteriores.
Observando atentamente você poderá ver que o endereço é montado assim:
- 00: Ponte de solda para o negativo (a linha de ilhas que você vê embaixo);
- 01: sem conexão
- 11: ponte de solda para a ilha isolada mai próxima
Você pode usar esse transmissor para controlar uma campainha que tem DIP switch observando o seguinte:
- 00: equivale a uma posição ON do DIP switch
- 01: equivale a uma posição OFF do DIP switch
O protocolo de comunicação
Interceptar a transmissão é muito fácil quando você tem as ferramentas. Eu usei um arduino, um módulo receptor de 315Mhz e a biblioteca RCSwitch. Ao apertar o botão no transmissor algo assim é recebido:
Decimal: 5574400 (24Bit) Binary: 010101010000111100000000 Tri-State: FFFF00110000 PulseLength: 169 microseconds Protocol: 1
Traduzindo, o transmissor usa o que RCSwitch chama de “Protocolo 1” e envia um código de 24bits com largura de pulso de 169 microssegundos. As definições de protocolo podem ser vistas em RCSwitch.cpp, constante RCSwitch::Protocol.
Através de experimentação com as várias amostras que tenho aqui eu consegui determinar aproximadamente a função dos 24 bits:
- Os 12 primeiros bits tem o endereço;
- Os 4 bits seguintes são sempre “1111”;
- Os 8 bits seguintes definem a melodia.
A composição do endereço
Com 12 bits teríamos 4096 endereços, mas nem todas as combinações são permitidas. O chip decodificador no receptor usa apenas seis entradas de endereçamento (daí o tamanho do DIP switch) e o estado de cada uma dessas entradas corresponde a dois bits do endereço. Nos receptores com DIP switch só são possíveis duas combinações:
“01”: Switch ON (entrada ligada ao negativo da bateria)
“00”: Switch OFF (entrada “flutuando”)
Nos receptores sem DIP switch um terceiro estado pode ser configurado internamente com solda, que resulta na combinação “11”.
A combinação “10” nunca ocorre, então se minhas contas estiverem corretas o número de combinações (e endereços) não passa de 730.
A melodia
A composição do código da melodia segue regras similares às da composição do endereço. São oito bits dos quais os seis primeiros são sempre usados para escolha direta de uma melodia. Nos submodelos que usam DIP switch para a escolha só existem três posições, que limitam o número de melodias a 8. Mas transmitindo diretamente 27 combinações são possíveis. A partir daí a coisa complica um pouco. Os dois últimos bits tem um comportamento variável. Em alguns modelos transmitir “o1” faz com que o receptor ignore os seis primeiros bits e toque a próxima melodia. Em outros o valor desses dois bits é somado aos outros seis para escolher entre mais melodias.
Comportamento confirmado nos modelos 2b e 3a:
xxxxxx 00 -> toca primeiro conjunto de melodias
xxxxxx 01 -> toca segundo conjunto de melodias
111111 11 -> toca última melodia selecionada
111111 01 -> avança para próxima melodia
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Jefferson, 25 de março de 2017, PorDentro Este tipo de adaptador era usado em alguns dos primeiros tablets Android. Serviam tipicamente para conectar um teclado USB e um cabo de rede.
Note que não existe nenhum componente ativo. Tendo acesso ao conector você pode fazer seu próprio adaptador. Como eu ainda tenho esse adaptador, se houver real interesse eu posso tentar levantar o pinout.
Note J17, que parece ser uma porta serial. Não sei qual a finalidade ainda.
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Jefferson, 25 de março de 2017, PorDentro Não tenho nada a falar sobre este no momento.
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Jefferson, 24 de março de 2017, PorDentro Eu tenho alguns desses que são idênticos por fora e “praticamente” idênticos por dentro. Naturalmente tem suporte apara alimentação externa pois dificilmente você poderia ter 10 dispositivos alimentados apropriadamente por uma única porta USB.
As 10 portas são obtidas cascateando dois hubs USB. O chip da esquerda é um controlador de HUB USB 2.0 de 7 portas Terminus FE 2.1 [Product Brief]. A sétima porta não esta disponível e é usada para conectar o próximo chip, um controlador de HUB USB 2.0 de 4 portas Terminus FE 1.1s [Product Brief]. Com as seis portas usáveis do primeiro mais as quatro do segundo, temos 10 portas.
No início eu disse que os hubs eram “praticamente” idênticos. Na verdade eles são de dois modelos diferentes e a única diferença entre eles é que um isola a alimentação externa do HUB por meio de um diodo schottky e outro coloca alimentação externa em curto com a alimentação da porta.
Eu discuto que diferença isso faz no meu post sobre o perigo de usar HUBS USB com alimentação externa.
Abaixo eu mostro as placas dos dois modelos. Veja o componente D0 no canto inferior direito de cada uma. Você pode “consertar” o hub de cima removendo o componente completamente (o hub só vai funcionar com alimentação externa) ou trocando-o por um diodo. Preferencialmente schottky.
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Jefferson, 24 de março de 2017, PorDentro Cobaia cedida gentilmente (ele nunca havia usado e já me deixou desmontar) pelo amigo José Carneiro.
Este aparelho é do tipo que injeta o sinal do controle remoto no cabo coaxial da antena.
Digitalização da frente da caixa
Digitalização do fundo da caixa. Este é o único “manual” que acompanha o aparelho.
Abaixo uma cópia ampliada do diagrama. Entendê-lo é essencial para entender o papel de cada peça.
Esta é a fonte e receptor/injetor. Note que não há quase nada dentro. Esta é a parte que fica perto da TV.
O circuito é constituído por uma fonte linear, um receptor IR seguido por um oscilador retangular baseado em CD4011 cujo sinal é amplificado pelo transistor e injetado no cabo coaxial através de um circuito RC.
Por causa da presença do oscilador. que tem uma freqüência de saída fixa, aparelhos que usem freqüências de controle remoto “incomuns” não podem ser usados com esse extensor.
Detalhe do oscilador:
Detalhe do amplificador e injetor de sinal.
EXTRATOR/EMISSOR
Isto fica junto ao aparelho que vai ser controlado. Geralmente um receptor de satélite.
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Jefferson, 24 de março de 2017, PorDentro
Esta análise não está completa
Eu comprei esse videogame quebrado pelo equivalente a R$5 em um saldão porque se eu não conseguisse consertar ainda teria utilidade para os gamepads e outros componentes. Acabei descobrindo que ele praticamente foi construído para ser inutilizado com facilidade, com dupla função de armadilha, como você verá adiante. Eu também não esperava que ele fosse mais que “um brinquedo” para os padrões de hoje. E realmente não é.
A placa superior é onde reside toda a inteligência do aparelho. A “CPU” está em uma bolha de epoxi por baixo. Pelo cabo à esquerda vem a alimentação de 5V e sai vídeo composto e o áudio, praticamente prontos para conectar a uma TV (bastam dois resistores). A placa de baixo é só um adaptador para conectar os gamepads.
Quase toda a placa da esquerda é um conversor de RF que você poderia usar isoladamente caso o resto do videogame não servisse mais (não testei em que canal transmite nem a qualidade ainda).
Restam uns poucos componentes dedicados à alimentação e foi aí que ocorreu o “defeito” do video game. Numa rápida inspeção visual já deu para ver o transistor Q1 (à esquerda) estourado. Por sorte ainda dava para ver o código: S8050, un NPN de uso geral. Checando as ligações constatei que ele era parte de um regulador transistor series e parecia ser a única peça danificada. Todo o videogame é alimentado pelos 5V que saem desse regulador.
Ao prosseguir com a verificação de rotina na continuidade me deparei com algo inusitado: a polaridade da alimentação é invertida, com negativo no pino central.
O aparelho não estava com a fonte original e o fabricante estava realmente falando sério quando escreveu no fundo do aparelho: “Exclusive AC adaptor”.
No shit Sherlock! É exclusivo mesmo! Se você usar qualquer outra fonte de alimentação queima o videogame. E se você usar a fonte do videogame em outro aparelho, provavelmente vai queimar esse aparelho. Esse problema era relativamente comum há uns 20 anos mas a coisa já havia se padronizado e há pelo menos 15 anos eu não via um aparelho ou fonte com uma polaridade diferente do que foi definido como “normal” pela indústria.
Não é surpresa que o transistor de entrada estivesse estourado. Eu provavelmente teria queimado esse aparelho também se ele já não estivesse queimado quando o peguei.
Com a substituição do transistor por um 2N3904 (o 2N3904 suporta apenas 200mA, contra 500mA do S8050, mas explico a decisão adiante) o problema foi resolvido. Eu não notei isso a princípio e achei que havia ainda algo errado porque para meu azar eu consegui pegar, no meio de dezenas de cabos RCA em meu estoque, justamente um que parecia fisicamente perfeito mas estava quebrado. Como o videogame não dá nenhum sinal sonoro ou visual de que está funcionando foi preciso constatar com o osciloscópio que havia um sinal típico de vídeo composto sendo gerado para eu “me tocar” e testar o cabo. Arghhhh!
Claro, eu desfiz a armadilha, modificando a placa para usar fontes de alimentação com polaridade “normal” (positivo no pino central). E coloquei um LED para pelo menos ter uma indicação de que o aparelho está ligado. Há espaço interno o bastante para instalar um pequeno alto-falante e um amplificador baseado em LM386, o que daria um “feedback” mais claro de que o aparelho está funcionando e uma independência limitada, mas não sei ainda se esse brinquedo vale o trabalho.
Apesar do video game dizer que a fonte é de 9V, pelo design do regulador qualquer fonte de 7.5V (testado) desde que forneça pelo menos 250mA, deve servir. Fontes de mais de 9V também, entretanto vai ficando mais fácil você queimar o transistor. O S8050 tem uma dissipação máxima de 0.3W. Usando uma fonte de 9V para produzir 5V, a corrente precisa ser de no máximo 70mA ((9-5)*0,07=0,28W) antes de exceder a capacidade máxima do transistor.
E de fato, ao medir a corrente com o aparelho em uso eu medi 60mA (240mW no transistor com uma fonte de 9V). O que está perigosamente perto do limite do transistor. Colocar uma fonte de 12V queimaria o transistor em segundos, mas eu posso tranqüilamente usar o 2N3904.
O gamepad
Apesar do videogame parecer um nintendo pirata, o gamepad parece mais com o que se espera de um de Genesis/Megadrive, com seu conector de 9 pinos. Mas tem mais botões que os do Megadrive, por isso não estou certo de que o chinês tenha garantido alguma compatibilidade aqui.
O cabo original é muito curto e frágil, mas como o conector é um DB9 padrão de porta serial do PC fica fácil construir um novo. O único problema fica por conta da proximidade entre os conectores no aparelho, que não permite o uso de dois gamepads se você usar um plug DB9 “normal” com as abas de parafusar.
O gamepad por dentro:
O pinout é o seguinte:
BC 2
MR 4
AZ 3
AM 8
LR 6
O controle direcional também é muito frágil. Dos três gamepads que consegui, dois estavam com o direcional quebrado.
O cartucho
O videogame tem um slot que parece ser o slot padrão Nintendo japonês (Famicom) com 60 pinos e vem com um cartucho que também parece com um cartucho de Famicom. A etiqueta no cartucho sugere que ele venha com o obsceno número de 9999999 (sim, quase dez milhões) de jogos.
Eu que não acredito nem em “CD ROM de 50x” apenas fiquei curioso para saber quantos jogos ele teria de verdade. Não passam de 20. E todos são bem fraquinhos para os padrões de hoje. Afinal trata-se de uma versão pirata de um videogame lá da primeira geração (não estou contando com “pong”, claro).
O circuito dentro do cartucho é minúsculo:
Dá até vontade de usar a placa sem o cartucho, mas…
… o console não fecha. O risco de alguém forçar e quebrar a tampa é grande se você deixar assim.
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Jefferson, 24 de março de 2017, PorDentro Este é um localizador compatível com DVBS2, ou seja, pode localizar o sinal de satélites da GVT/VIVO e OI, que não podem ser vistos por um localizador compatível apenas com DVBS.
Caso alguém precise de detalhes que não são visíveis nas fotos, peça, que eu eu tenho fotos mais detalhadas.
O aparelho tem duas placas, a do display e a receptora.
Placa receptora por cima
A esquerda vemos a porta USB, usada para atualização do aparelho, e abaixo a saída de vídeo e porta serial em um mesmo conector P2. Infelizmente não consegui decifrar como a porta serial funciona pois esse aparelho vem com um cabo serial específico que não chegou às minhas mãos. O chip embaixo é um CD4053 e não sei o propósito de J8.
À direita temos a “pegada” de um jack ethernet. No centro a memória RAM e à esquerda o cérebro do aparelho.
Seção de alimentação. O aparelho tem bateria e é alimentado por 12V. Os chips do centro e direita são conversores DC-DC chaveados Techcode TD1583 [datasheet] e o da esquerda é um AO4407A [datasheet] (30V p-channel MOSFET).
O chip da esquerda parece ser um AO4407A. O do centro, marcado como U12, parece estar raspado porque não consigo ler nada nele.
O chip no centro é um MPS1213. Não tenho certeza do que seja ainda.
Placa receptora por baixo
O conector branco é onde a bateria é ligada. Todos os chips de 8 pinos são AO4407A. O do centro é um CI de proteção de bateria S-8254AA [datasheet]. E o mais comprido parece estar raspado.
No centro, a memória flash. À direita o chip está marcado “4558D”, que é um famoso duplo amplificador operacional, mas não sei o que um op-amp estaria fazendo aí.
Por baixo da placa do display, que não retirei do lugar. Note que o dissipador ao fechar a caixa deve repousar sobre a CPU e a RAM do aparelho.
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Jefferson, 30 de agosto de 2016, HDMI, PorDentro Este post possui recursos que pode ser complicado ou impossível acessar na versão mobile do blog e/ou com uma touchscreen. Versão desktop e mouse recomendados.
Este post estava em rascunho desde junho. Vai para publicação assim mesmo por causa da minha nova política a respeito.
Mas ainda é um rascunho. Quando estiver “pronto” eu removerei este aviso.
Neste post eu vou começar a explicar como os switches HDMI funcionam e fazer a análise de alguns modelos baratos. No final você vai entender por que alguns funcionam de forma errática, o perigo de usar fonte externa e até como corrigir alguns problemas se você tiver alguma habilidade com eletrônica.
Todos os switches HDMI que conheço são eletrônicos e tem alguma inteligência embutida.
Métodos de seleção
Todos implementam um ou mais dos seguintes métodos de seleção de entrada:
- Manualmente, pressionando um botão repetidas vezes até selecionar a entrada desejada;
- Seleção automática, onde o aparelho recentemente ligado seleciona automaticamente a porta do switch onde está conectado.
- Por controle remoto infravermelho.
Alimentação
Geralmente o switch é alimentado por qualquer uma das entradas HDMI. Não é preciso nem abrir um switch para perceber que o sucesso disso é incerto, pois basta olhar a especificação HDMI, que na seção 4.2.7 esclarece os seguintes pontos sobre o fornecimento de corrente por uma porta HDMI:
- Todo Source HDMI deve ser capaz de fornecer um mínimo de 55mA no pino +5V;
- Um Source HDMI dever oferecer proteção contra sobre-corrente de não mais que 500mA no pino +5V.
Ou seja, para a especificação, 500mA já é um curto-circuito e os fabricantes só precisam garantir meros 55mA. Muitos equipamentos podem fornecer e fornecem mais que isso, mas a especificação só exige 55mA. Para resolver esse problema alguns switches contam com entrada para fonte externa, mas você verá adiante que usar uma pode não ser boa idéia.
Pela análise de um switch típico você poderá entender esse e outros problema:
SWITCH “TD-LINK”
Este switch usa um chip bem popular: o Pericom PI3HDMI301. A primeira coisa interessante que encontramos no datasheet é que o consumo típico é de 200mA quando em operação. Bem acima do mínimo garantido pela especificação HDMI. Mas os problemas não acabam aí.
O chip chaveador opera com 3.3V que precisam ser obtidos a partir dos 5V através do regulador AMS1117 (marcado como U2 na foto). A tensão de entrada de um regulador precisa ser um pouco maior que a tensão de saída, que no caso desse regulador é no mínimo 1V. Isso implica que precisamos de no mínimo 4.3V na entrada e temos 0.7V de margem. Até aí parece razoável, mas como o switch usa diodos para isolar as entradas a tensão na entrada do regulador é a tensão +5V HDMI menos a queda de tensão típica no diodo. Aí a coisa fica crítica.
O designer deste switch usou diodos retificadores comuns, que tem uma queda de tensão típica justamente de 0.7V. Isso explica porque esse modelo tem um jack para alimentação externa.
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Outro switch por dentro:
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Jefferson, 29 de agosto de 2016, PorDentro Este post possui recursos que pode ser complicado ou impossível acessar na versão mobile do blog e/ou com uma touchscreen. Versão desktop e mouse recomendados.
Este post está em rascunho.
Eu tenho um aparelho desses e o amigo José Carneiro tem dois. Um dos quais deu defeito e agora não exibe nada pela HDMI. Eu peguei para analisar e estou escrevendo este post com as coisas que vou aprendendo no caminho. Posso não conseguir o conserto mas o meu relato pode ser útil para outros.
A única coisa que vou adiantar sobre minha opinião a respeito do aparelho é que achei a qualidade do som decepcionante. Entretanto eu ainda preciso fazer um teste mais rigoroso para ter certeza de que fatores externos não influenciaram negativamente minha percepção.
Lá no centro da placa principal podemos ver escrito MODEL: HT-F5500. O que sugere que a mesma placa é usada para outros aparelhos.
Outras inscrições:
- CODE: AH41-01606A
- AH41-01606
- SIZE: 240×142/1.6T
- DATE:2012.12.19
O aparelho tem uma entrada e uma saída HDMI. Com a entrada HDMI selecionada seu som deveria sair pelas caixas acústicas do aparelho e a imagem (e o som também) pela saída HDMI, mas o aparelho não exibe imagem em nenhuma condição e o som da HDMI IN, segundo relato de JC, também não pode ser ouvido. Isso sugeria o chip HDMI completamente morto.
Coloquei um switch HDMI na saída HDMI para checar se a porta tinha tensão. A porta correspondente do switch acendeu, então havia tensão.
Liguei à minha TV FullHD para me certificar de não ser enganado pelo HT estar em um modo incompatível e apesar de não ver imagem constatei que o HT era adicionado como um dispositivo HDMI CEC no menu, então a saída HDMI não estava morta pois os canais de sinalização estavam funcionando. A não ser que a sinalização seja feita por fora, o chip HDMI não deve estar realmente morto.
Eu tentei um RESET do aparelho que é feito apertando por cinco segundos o botão STOP frontal na condição de NO DISC. O display exibe INIT por algum tempo e depois, quando selecionada a opção BD-DVD, fica exibindo SETUP, que é a condição de fábrica. Mas nada mudou.
Todo a operação HDMI é controlada pelo chip Explore EP92A2S4, sobre o qual praticamente não existe informação (centro da foto) exceto pelo manual de serviço do Samsung HT-9750W, que usa o mesmo chip. Esse manual de serviço dá muitas dicas importantes de diagnóstico, mas carece de informações detalhadas sobre a operação do EP92A2S4.
Nem no site do fabricante esse chip existe. Assim como não pode ser encontrado nem no ebay nem na Aliexpress. E não é porque seja exatamente “novo” já que o aparelho até saiu da garantia e acho que esse modelo nem é mais vendido. Então se o defeito for nele vai ser preciso canibalizar outro aparelho com o mesmo chip. No Mercado Livre tem gente hoje vendendo a placa inteira, supostamente nova, por mais de R$350. Na minha opinião não vale a pena.
Pesquisando por inscrições existentes na placa acabei encontrando o manual de serviço do Home Theater Sharp HTSB60, cuja interface HDMI é controlada pelo chip EP92A2E. Do mesmo fabricante, com o mesmo número de pinos e com uma diferença de sufixo. Depois de uma comparação da função de diversos pinos entre o esquema da Sharp e as fotos que tirei estou razoavelmente convencido que o pinout é o mesmo portanto dá para usar também o manual da Sharp como referência de manutenção desta região do F5505K.
Aqui está o datasheet do EP92A2E. Ele não acrescenta muita informação ao que pode ser visto no manual de serviço da Sharp exceto por este diagrama de blocos que joga bastante luz sobre o funcionamento interno do chip:
O diagrama de blocos dá a entender que, sendo confirmado que não existe áudio em HDMI IN, então o chip deve estar mesmo com defeito, provavelmente no switch interno.
Uma coisa interessante que podemos ver no datasheet e nos manuais de serviço é que o chip tem uma porta HDMI extra, não implementada pelo F5505K. As portas do chip são numeradas 0, 1 e 2 sendo que o F5505K usa apenas as portas 0 e 2. Será que o chip está travado justamente na porta que não tem conexão?
Duas outras informações saltam aos olhos no manual da Sharp:
- O chip tem firmware, que pode ser atualizado pelo fabricante do aparelho;
- Existe um pino chamado MCU_RSTb que quando posto em nível baixo “a controladora HDMI é totalmente resetada”;
É tentador resetar a controladora, mas o termo “reset” tem conotações perigosas e existe um pequeno risco de que isso só piore as coisas e eu teria que regravar o firmware mas não há qualquer informação de como fazer isso.
Os pinos de acesso aos terminais de gravação estão disponíveis na placa, rotulados EX3.3V, HM_70, HM_71, HMCU_OP e HGND. Aliás foi procurando pelo propósito de um desses pinos que cheguei ao manual da Sharp. Entretanto o manual da Samsung chama esse conector de DEBUG. Será que atua como porta serial?
Veja no centro da foto.
A foto acima mostra também o footprint para um conector WR1_R e test points para os sinais WDATA1, WBCLK, WCLK, WINIT, WIOSET e WS4.6V de um lado e WRST, WDATA, WDGND, WLRCK,WDATA2 e WDGN2 do outro. Mais acima os test points para a porta Ethernet (L_DGND, RX-, RX+, TX- e TX+). Aliás no centro da foto está o chip controlador da porta ethernet, um Realtek RTL8201E.
Zoom nos componentes mais próximos aos conectores HDMI:
Os componentes marcados como ESD Protection (proteção contra descarga eletrostática) parecem similares ao CM1213 da ON.
Na região das memórias temos os footprints para um conector CN6 (esquerda) e UCN2 (direita)
CN6 parece conectar com o chip com dissipador preto.
Footprint para CN12 e o curioso footprint para um um botão (SW17). O que será que isso aciona?
CN12 parece conectar com o chip com dissipador preto.
Footprint para conector CN7 e algo que parece ser um indutor (WC2_R).
Módulo bluetooth.
Conector do flat cable dos botões capacitivos do painel. À direita vemos o footprint de uma possível conexão USB extra (WCN1_i)
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Jefferson, 27 de agosto de 2016, Consertos, PorDentro, Redes
Além do básico que é checar se o cabo está crimpado corretamente este tipo de aparelho tem um recurso impressionante: ele mede o comprimento do cabo. Mais que isso: ele mede o comprimento de cada par do cabo. Assim é possível saber:
- Se o cabo foi cortado e onde;
- Se algum par foi danificado e onde;
- Se o cabo é longo demais.
Alimentação
O aparelho tem um consumo de 16mA (de acordo com o manual) e é alimentado por quatro pilhas AA, o que eu hoje em dia acho muito inconveniente. Precisar de duas desse tipo é o meu limite. E o fato disso criar oito possíveis pontos de mau contato não ajuda, mas poderia ser pior: eu gosto ainda menos de baterias de 9V. Opera normalmente também com quatro baterias NiMh.
Resultado de meus testes:
- 4.0V – Não liga.
- 4.4V – Liga, mas texto mal é visível na tela
- 4.6V – Texto mais visível
- 4.8V – Texto já parece completamente visível
Qualquer dia desses eu vou acabar colocando um jack USB no aparelho para ter a opção de alimentá-lo usando o mesmo “power bank” que uso para carregar meu celular.
A eletrônica
O aparelho é muito difícil de abrir quando você não sabe como. Eu provoquei pequenos danos externos e internos ao meu PN-8108 tentando forçar a abertura até descobrir que ele é fechado por parafusos ocultos em orifícios selados por cilindros de plástico, que parecem “pezinhos” que por não saírem de jeito nenhum você acredita que sejam parte da carcaça do fundo. O único modo aparente de desbloquear o caminho até os parafusos é perfurar esses cilindros.
A foto abaixo é do interior do Puneng PN-8108. O SC8108, de outro fabricante, opera da mesma forma (eu tenho ambos) e por isso eu suponho que seja quase idêntico por dentro.
O display é alfanumérico de 16 colunas e 4 linhas e a disposição dos pinos me faz crer que seja compatível com o padrão hitachi HD44780. Porém ainda assim seria um tanto difícil conseguir substituto exato para o display porque o formato não é tão comum. O que você encontra às pencas no mercado por causa do Arduino são displays 20×4 e 16×2, mas não 16×4. O display tem backlight que você opera por um botão.
Toda a inteligência está no enorme microcontrolador de 40 pinos Atmel AT89S52 (opera de 4V a 5.5V). Se este der defeito o aparelho provavelmente vai para a sucata, porque aí está o programa e embora seja possível comprar um “virgem” por R$10 no Mercado Livre, não faço idéia de como implementar o algoritmo que mede o comprimento dos cabos, mesmo que eu levantasse todo o diagrama. Os outros componentes relevantes estão no fundo e são todos circuitos integrados lógicos comuns fáceis de adquirir:
- HCF4051 (3x) – multiplexador/demultiplexador analógico de 8 canais – opera com no mínimo 3V;
- HCF4052 – multiplexador/demultiplexador analógico de 4 canais duplo – opera com no mínimo 3V;
- 74HC00 (2x) – quatro portas NAND de duas entradas – opera com no mínimo 2V;
- 74HC373 (2x) – Latch transparente tipo-d tri-state com 8 portas – opera com no mínimo 2V;
- 74HC4040 – contador ripple binário de 12 estágios – opera com no mínimo 2V.
A necessidade do microcontrolador acaba definindo até onde as baterias podem descarregar antes do aparelho deixar de funcionar. Note que o microcontrolador deve operar com até 5.5V mas quatro pilhas AA novas podem dar até 1.6×4 = 6.4V. Para evitar dano, a tensão de alimentação de todos os circuitos integrados é regulada pelo conjunto de diodo e transistor Q1 e D2.
Diagrama parcial
Clique na imagem para ver em tamanho real e legível
Detalhe do circuito de alimentação:
Os dois diodos, marcados D3, ligados a R18 são o mesmo componente. Possivelmente um MMBD4148SE.
Ao apertar o botão Power, Q3 conduz o que faz Q4 conduzir e manter Q3 conduzindo através de R12. O aparelho é desligado pela atuação de Q5, que pelo que entendi ocorre em duas situações:
- Após um intervalo de 30 minutos ligado, o microcontrolador manda um sinal de desligamento via C11;
- Ao apertarmos de novo o botão Power o microcontrolador sente isso no pino 7 (através de R19) e comanda o desligamento também via C11
Ou seja: o desligamento sempre depende do microcontrolador.
A tensão +B é um pouco menor que VBAT por causa da queda em Q4 e a tensão em +C é regulada em torno de 4.1V (a tensão do zener D2 menos a queda de tensão na junção base-emissor de Q1)
O meu PN-8108 não ligava mais e após levantar o esquema levei apenas alguns minutos para descobrir que era Q3 que estava com defeito. Após a substituição por um transistor NPN de uso geral 2N3904 o problema foi resolvido.
Terminadores
Para medição de comprimento não é necessário haver nada na outra extremidade do cabo. Para outros testes o aparelho requer que um terminador especial chamado de “wiremap adapter” seja colocado na outra ponta. Para abrir o terminador basta remover o parafuso que está oculto sob a etiqueta e desencaixar.
Você pode ter até 8 terminadores que o aparelho é capaz de distinguir entre eles e dizer que cabo você está testando. Eu não consegui adquirir os outros sete por um preço razoável mas adiante eu explico o necessário para fabricá-los. Isso só faz falta realmente quando você está sozinho identificando um grande número de cabos.
A eletrônica do terminador é simples:
Diagrama
A placa tem dois componentes que não aparecem no diagrama: D105 e D106 (provavelmente um zener), porque eles são conectados apenas às ilhas de solda no fundo e mais nada. Dependendo das ligações que você faz com essas ilhas de solda você muda o ID do terminador, conforme imagem abaixo:
A lógica é a seguinte:
São sempre três jumpers de solda, mas os dois primeiros (sempre 2,3 ou 1,4) apenas definem a polaridade da série com os dois diodos. Ligando 2 e 3 é uma polaridade e ligando 1 e 4 a polaridade inverte, mas uma ponta é sempre ligada ao pino 1 do conector RJ45. O último jumper define se a outra ponta da série vai ficar ligada aos terminais 3, 4, 5 ou 6 do conector RJ45.
Você não precisa fazer as ligações referentes a ID1. Nenhum jumper dá o mesmo resultado.
A informação necessária pra deduzir isso foi obtida nos comentários deste blog russo, que por sua vez foi dica do leitor João Batista nos comentários deste post.
Nesta outra versão do esquema eu tento deixar o papel dos dois diodos mais fácil de entender:
O BIP
O terminador emite um bip periódico quando o testador é plugado na outra extremidade que é útil quando você está trabalhando em dupla mas pode deixar outras pessoas desconcertadas sem saber de onde o som vem. Geralmente você pluga o terminador primeiro porque ele não tem qualquer indicação visual e se encaminha para a outra ponta do cabo com o testador. Quando você chega lá minutos depois e pluga o testador no cabo, o terminador começa a emitir o bip. O intervalo entre bips não é curto o bastante para ser irritante, mas é longo o bastante para dificultar muito a localização de sua origem. Já ocorreu uma vez de eu mesmo voltar ao recinto e por um minuto ficar imaginando de onde vinha o bip. Eu conheço um celular que faz a mesma coisa quando a bateria está com carga baixa e é de deixar você maluco.
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Caso você não queria, não saiba ou não possa usar um arduino para decodificar a transmissão, pode usar um receptor SDR. Comece usando o programa SDRSharp que mostra claramente a transmissão, mesmo sem usar antena, se você estiver a um metro do receptor. Serve também para determinar a exata (ou quase) frequência do transmissor.
Tendo determinado que o transmissor da campainha e o receptor SDR estão funcionando, você pode decodificar usando o programa rtl_433 (testado com a versão Windows) iniciado da seguinte forma:
rtl_433 -f 315430000 -a
Isso considera que você determinou no SDRSharp que o transmissor tem uma frequência de 315.430MHz. O parâmetro -a é necessário porque esse tipo de equipamento não está na lista de suportados. O programa vai exibir a recepção “raw” assim:
No exemplo acima o código 01111101 01011111 11111111 foi recebido 8 vezes. A quantidade depende de quanto tempo você demora com o dedo no transmissor.
Você pode baixar binários do rtl_433 para Windows aqui. Você não pode usar o SDRSharp e o rtl_433 ao mesmo tempo (eu não consegui).
No meu caso, usar o receptor SDR sem antena foi essencial. Com ela o programa rtl_433 não parava de acusar os erros “too many pulses detected” ou “pulse_FSK_detect(): Maximum number of pulses reached!”